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Governo debate tarifas de Trump com agro e indústria brasileira
15/07/2025 / 12:55
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Lula e Alckmin – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participa nesta terça-feira (15) de duas reuniões com representantes do agronegócio e da indústria para tratar da nova tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros.

Os encontros são as primeiras reuniões do comitê interministerial criado para discutir as medidas e elaborar uma resposta ao governo americano.

A primeira reunião acontece às 10h, em Brasília (DF), com representantes da indústria, com destaque para os setores de aviação, aço, alumínio, celulose e máquinas.

No primeiro semestre de 2025, produtos como petróleo bruto, aço, ferro e café não torrado lideraram as exportações brasileiras para os Estados Unidos. A tarifa de 50% é a mais alta já imposta a um parceiro comercial significativo pelos EUA.

À tarde, o vice-presidente se reúne com representantes da agropecuária nacional. A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), que participa do encontro, afirmou que a medida anunciada por Trump gerou “forte preocupação entre os parlamentares da bancada e representantes do setor produtivo”.

Além disso, segundo a FPA, os participantes também devem discutir outros temas de interesse do setor, como a transparência na concessão de benefícios fiscais (PLP 41/2019), a redução de incentivos fiscais federais (PLP 128/2025) e as novas regras do Imposto de Renda para altas rendas (PL 1087/2025).

Veja quem são os participantes da primeira reunião:

Casa Civil da Presidência da República:

  • Rui Costa, Ministro;
  • Bruno Moretti, Secretário Especial de Análise Governamental;
  • Jairo Gonçalves, Assessor-Chefe da Assessoria de Comunicação;

Ministério das Relações Exteriores:

  • Embaixadora Maria Laura da Rocha, Ministra substituta;
  • Embaixador Maurício Carvalho Lyrio, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente;
  • Embaixador Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, Diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores.

Ministério da Fazenda:

  • Fernando Haddad, Ministro;
  • Guilherme Mello, Secretário de Política Econômica.

Ministério dos Portos e Aeroportos:

  • Silvio Costa Filho, Ministro.

Ministério do Planejamento e Orçamento:

  • Simone Tebet, Ministra.

Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República:

  • Gleisi Hoffmann, Ministra;
  • Olavo Noleto, Secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.

Empresários:

  • Francisco Gomes Neto, Presidente da EMBRAER;
  • Ricardo Alban, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
  • Josué Gomes da Silva, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP);
  • José Velloso, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ);
  • Haroldo Ferreira, Presidente-Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (ABICALÇADOS);
  • Janaína Donas, Presidente-Executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
  • Fernando Pimentel, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT);
  • Paulo Roberto Pupo, Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
  • Paulo Hartung, Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ);
  • Armando José Giacomet, Vice-Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
  • Rafael Lucchesi, CEO da Tupy;
  • Giovanni Francischetto, Superintendente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (CENTROROCHAS);
  • Edison da Matta, Diretor Jurídico e de Comércio Exterior do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS);
  • Cristina Yuan, Diretora de Relações Institucionais do Instituto Aço Brasil;
  • Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG;
  • Fausto Varela, Presidente SINDIFER;
  • Bruno Santos, Diretor Executivo ABRAFE;
  • Alexandre Almeida, Diretor RIMA.

Ministério do Desenvolvimento:

  • Marcio Rosa, Secretário-Executivo;
  • Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior;
  • Uallace Moreira, Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços;
  • Rodrigo Zerbone, Secretário-Executivo da Câmara de Comércio Exterior;

Vice-presidência:

  • Embaixador Celso de Tarso, Chefe da Assessoria Especial Diplomática;
  • Vilma da Conceição Pinto, Chefe da Assessoria de Assuntos Econômicos e Sociais;
  • Primeiro Secretário Daniel Brito, da Assessoria Especial Diplomática.

Entenda

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, que entrará em vigor em 1º de agosto. Esta medida tem gerado preocupações entre comerciantes e consumidores nos Estados Unidos, especialmente aqueles que dependem de produtos brasileiros.

Uma loja em Maryland conhecida por oferecer produtos brasileiros como pão de queijo e café pode ser afetada pela nova tarifa. A proprietária, Roberta, afirmou que não pretende repassar o impacto aos clientes imediatamente, pois possui estoque suficiente para os próximos meses. O café brasileiro, amplamente consumido nos Estados Unidos, é um dos produtos que podem sofrer aumento de preço.

Os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, atrás apenas da China. No primeiro semestre de 2025, produtos como petróleo bruto, aço, ferro e café não torrado foram os mais exportados para os Estados Unidos. A tarifa de 50% é a mais alta já imposta a um parceiro comercial significativo dos Estados Unidos.

Em resposta à medida, o presidente brasileiro Lula expressou a intenção de negociar com o governo americano e mencionou a possibilidade de acionar a Organização Mundial do Comércio ou aplicar uma tarifa similar sobre produtos americanos se necessário. Um comitê composto por ministros e empresários brasileiros será formado para discutir estratégias de negociação com os Estados Unidos.

Trump justificou a tarifa como uma correção às políticas comerciais do Brasil que resultaram em déficits comerciais insustentáveis para os Estados Unidos. No entanto, dados mostram que o Brasil historicamente apresenta um déficit comercial com os Estados Unidos. No primeiro semestre de 2025, o superávit americano com o Brasil atingiu US$1,7 bilhão.

A medida ocorre em um contexto político tenso, com Trump mencionando investigações no Brasil relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, comerciantes e consumidores aguardam uma solução diplomática para evitar impactos negativos no comércio entre os dois países.

Com informações do R7