O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com líderes do governo nesta quarta-feira (8) para traçar estratégias em torno da Medida Provisória (MP) que eleva tributos. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP) e do deputado José Guimarães (PT-CE).
O governo está preocupado com a possibilidade de a MP perder validade caso não seja aprovada até as 23h59 de hoje pela Câmara e pelo Senado. A não aprovação da medida pode resultar em uma perda de ao menos R$ 17 bilhões no orçamento do próximo ano. Na véspera, o texto já havia sido aprovado em uma comissão especial.
Após o almoço, Gleisi Hoffmann usou suas redes sociais para enfatizar a importância da aprovação da medida. “Hoje o Congresso Nacional vota a Medida Provisória 1303, para cobrar imposto dos super ricos e garantir recursos de programas sociais importantes para a maioria da população no orçamento do ano que vem”, afirmou a ministra. Ela alertou que alguns setores estão tentando barrar a aprovação, buscando benefícios eleitorais com uma eventual derrota do governo. “Na realidade, seria uma derrota para o Brasil e para a população”, acrescentou.
A MP, que foi proposta em junho, inclui o aumento de uma série de impostos e faz parte da estratégia do governo para equilibrar as contas públicas até 2026, ano eleitoral. A equipe econômica considera a aprovação essencial para o fechamento do Orçamento do próximo ano.
Entretanto, a situação se complica com a oposição, que resiste em abrir espaço no orçamento em um ano eleitoral. O Planalto também enfrenta uma crise interna com os partidos PP e União Brasil, que ameaçam se desligar do governo, apesar de terem ministros ocupando cargos na Esplanada. O União Brasil expressou descontentamento com a permanência do ministro Celso Sabino (Turismo) no governo, enquanto o PP busca punir o ministro André Fufuca (Esporte) por sua decisão de permanecer no cargo. A situação gera um verdadeiro cabo de guerra político em torno da aprovação da MP.