
A greve dos trabalhadores dos Correios na Paraíba, iniciada em 17 de dezembro, chegou ao fim após assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos na Paraíba (Sintect-PB) na noite do dia 30. A categoria aprovou a volta ao trabalho por unanimidade, motivada pela decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que concedeu um reajuste salarial de 5,1%, atendendo uma das principais reivindicações dos empregados.
O TST também avaliou que a greve não foi abusiva, mas determinou o retorno imediato das atividades dos funcionários. Conforme nota do Sintect-PB, “a decisão representa uma vitória da mobilização e da luta coletiva, que barrou a tentativa da empresa de retirar direitos históricos da categoria”. Os serviços foram retomados desde as 0h de quarta-feira (31/12).
Os Correios enfrentam uma crise financeira que influenciou diretamente na Superintendência da Paraíba. Segundo dados obtidos pela Rede Paraíba via Lei de Acesso à Informação, o investimento da estatal na Paraíba até setembro de 2025 foi de R$ 1.211.564,26 em bens, obras, segurança, tecnologia e veículos, montante significativamente inferior aos R$ 9 milhões aplicados em 2024, representando o menor valor dos últimos cinco anos.
Além disso, o Índice de Qualidade Operacional (IQO) da Paraíba caiu de 93,53% em 2024 para 82,96% em 2025, refletindo o impacto da crise no serviço.
Em nível nacional, a empresa pública disse que precisará de um aporte adicional de R$ 8 bilhões em 2026 para enfrentar sua crise financeira. O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, declarou que a melhor forma de obtenção desses recursos ainda está sendo avaliada.
Na última semana, a estatal firmou um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a instituições financeiras para pagar dívidas e melhorar o fluxo de caixa. A previsão inicial era captar R$ 20 bilhões, mas o Tesouro Nacional não autorizou o valor completo devido às altas taxas de juros oferecidas.
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