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Grupo criminoso é suspeito de usar “laranjas” para lavar R$ 65 milhões do tráfico, aponta investigação
17/12/2025 / 13:39
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Polícia aponta uso de empresas fantasmas para lavar milhões do tráfico na Paraíba – Imagem: Reprodução/TV Cabo Branco

Uma organização criminosa investigada na Operação Colheita, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17/12), é suspeita de movimentar cerca de R$ 65 milhões em apenas um ano, utilizando pessoas conhecidas como “laranjas” e empresas fantasmas para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil da Paraíba.

De acordo com as investigações, os valores eram transferidos por intermediários para empresas localizadas na fronteira do Brasil e também para criminosos ligados ao tráfico em outros estados. A polícia identificou que muitos dos envolvidos não possuíam renda compatível com as altas quantias movimentadas.

A apuração durou cerca de um ano e revelou uma rede criminosa estruturada, voltada tanto para o tráfico de entorpecentes quanto para a ocultação de patrimônio. Segundo o delegado Vitor Melo, responsável pela operação, informações repassadas por forças policiais de outros estados indicam que diversas empresas investigadas existem apenas no papel.

“Já estamos recebendo retornos das equipes que cumprem mandados em outros estados, e muitas das empresas investigadas são fantasmas”, afirmou o delegado em entrevista à TV Cabo Branco.

As investigações tiveram início em 2024 e avançaram após a prisão de um homem conhecido como “Júnior Pitoco”, em dezembro do ano passado, em um apartamento de luxo na cidade de São Paulo. Ele é apontado como um dos responsáveis por comandar o tráfico de drogas em comunidades de João Pessoa.

Mandados em cinco estados

Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Paraíba, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Também foram expedidos 12 mandados de prisão, além de duas prisões em flagrante. Dois mandados ainda permanecem em aberto.

Durante a operação, a polícia apreendeu três armas de fogo, dinheiro em espécie e seis veículos. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores de 20 investigados. Segundo o delegado, ainda não é possível precisar o montante bloqueado, já que os bancos precisam informar oficialmente os valores localizados nas contas.

Na Paraíba, os mandados foram cumpridos em João Pessoa e Campina Grande. Em outros estados, a ação ocorreu em Salvador e Camaçari (BA); Campo Grande (MS); Criciúma (SC); além das cidades de São Paulo, Guarulhos, Santo André, Araçatuba e Monções, em São Paulo.

A Operação Colheita é resultado de uma atuação conjunta da Polícia Civil da Paraíba e do Ministério Público Estadual, com participação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol) e apoio do Gaeco.

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