O Ministério da Defesa da Rússia deu um novo ultimato para a rendição de Mariupol nesta terça (19) —mesmo dia em que o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que a Rússia estava começando a nova fase da “operação especial” na Ucrânia, maneira como o governo russo chama a guerra.

“A próxima fase desta operação está começando, e eu acho que agora será um momento importante”, disse Lavrov, hoje, em entrevista ao Índia Today, indicando que o objetivo é a “libertação completa” das áreas separatistas em Lugansk e Donetsk. Hoje, a Rússia disse ter atingido mais de 1,2 mil “alvos militares” na Ucrânia.

Ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que suas Forças Armadas terão “novos métodos de guerra”, segundo a agência de notícias Tass. Segundo ele, “isso permitirá uma melhor adaptação das tropas às condições modernas de confronto armado”. Ele indicou que visa “desenvolver ainda mais” o Exército e a Marinha da Rússia e “dotá-los de equipamentos militares avançados”, disse a agência.

Mariupol e novo ultimato 

Mais cedo, sobre Mariupol, o Ministério da Defesa russo citou, em comunicado, o que seria “a situação catastrófica que se desenvolveu na metalúrgica Azovstal” e disse que todos os que entregarem as armas terão “garantida a preservação da vida”. No domingo (17), um ultimato russo já havia sido ignorado pelos ucranianos na cidade portuária.

Ontem, a Câmara de Mariupol disse que ocupantes russos atacaram a fábrica de Azovstal com “bombas pesadas”. “Há pelo menos 1.000 civis nos abrigos subterrâneos da metalúrgica. Principalmente mulheres com filhos e idosos.” Porta-voz das milícias de Donetsk, Eduard Basurin disse hoje que o grupo pró-Rússia começou a invadir o território da fábrica, segundo agências de notícias da Rússia. “A Federação Russa está nos ajudando muito nisso; isto é, aviação e artilharia.”

A Rússia tem apontado que suas tropas já ocuparam toda a área urbana da cidade, restando apenas um grupo de combatentes ucranianos cercados na metalúrgica. A informação não pôde ser verificada com fontes independentes.

Mariupol, próxima ao Mar de Azov, é um dos principais objetivos dos russos em seu esforço para obter o controle total da região de Donbass, área separatista, e formar um corredor terrestre no leste do país a partir da anexada península da Crimeia. A queda total da cidade seria a maior vitória da Rússia em 55 dias de guerra.

Antes do anúncio russo, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que “os principais esforços do inimigo [Rússia] estão focados em romper a defesa de nossas tropas nas regiões de Lugansk e Donetsk [áreas do Donbass], além de estabelecer o controle total sobre a cidade de Mariupol”.

UOL