Em 16 de março de 1990, o Brasil testemunhou um dos episódios mais impactantes de sua história econômica. Há exatos 35 anos, o recém-empossado presidente Fernando Collor de Mello anunciou um pacote de medidas que incluía o confisco de poupanças e ativos financeiros de milhões de brasileiros, em uma tentativa desesperada de conter a hiperinflação que assolava o país.
O plano, oficialmente batizado de “Brasil Novo”, impôs um bloqueio das cadernetas de poupança, contas-correntes e investimentos superiores a CR$ 50 mil por 18 meses. A medida reteve aproximadamente 80% do dinheiro aplicado no sistema financeiro, estimado em US$ 100 bilhões — o equivalente a 30% do PIB brasileiro da época.
“Não temos mais alternativas. O Brasil não aceita mais derrotas. Agora, é vencer ou vencer. Que Deus nos ajude”, declarou Collor em pronunciamento nacional na manhã daquele fatídico dia.
A população, que havia acabado de celebrar o retorno à democracia com a primeira eleição direta em quase três décadas, foi pega de surpresa. De um dia para outro, cidadãos que economizaram durante anos viram suas reservas financeiras bloqueadas, com acesso limitado a apenas 50 mil cruzados novos (aproximadamente R$ 8,3 mil em valores atuais).