A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou uma série de diligências nas sedes das operadoras de planos de saúde Hapvida, em Fortaleza (CE), e do Grupo São Francisco, em Ribeirão Preto (SP). O objetivo é apurar denúncias feitas por prestadores de serviços envolvendo cerceamento do trabalho médico e a imposição do chamado ‘kit covid’.
Segundo a ANS, as denúncias envolvem a acusação de que médicos que trabalhavam para o grupo São Francisco eram impedidos de tomar decisões de tratamento para pacientes e também eram obrigados a prescrever o chamado “kit Covid”, com remédios que não têm eficácia comprovada no tratamento contra a doença.
A agência confirmou nesta terça-feira (28) que as diligências foram realizadas por membros da Diretoria de Fiscalização na segunda (27). Eles solicitaram esclarecimentos e estipularam um prazo de cinco dias úteis para apresentação de documentos.
Em nota, o grupo Hapvida informou que “a companhia vai apresentar os dados solicitados e está certa de que as dúvidas serão plenamente esclarecidas”. Em Ribeirão Preto, a operação da Hapvida é feita pelo Grupo São Francisco, que foi adquirido em 2019 pela empresa de saúde cearense.
De acordo com a ANS, os resultados das diligências estão em análise e, em caso de irregularidades, a operadora pode ser punida.
O ‘kit covid’ reúne uma série de medicamentos sem eficácia científica no tratamento contra a covid-19, entre elas, hidroxicloroquina e a ivermectina. Bastante propagandeado pelo presidente Jair Bolsonaro, o kit não tem reconhecimento por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combate do coronavírus no organismo dos pacientes.