A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 50,7 milhões de pessoas no Brasil sofram de hipertensão. Entre as variações da doença, destaca-se a hipertensão emocional, uma condição em que a pressão arterial se eleva temporariamente em resposta a situações de estresse, ansiedade ou outros fatores psicológicos. Apesar de passageira, pode representar riscos à saúde, especialmente quando os episódios se tornam frequentes.
De acordo com a psicóloga da Hapvida, Rosimery Santos, os sintomas da hipertensão emocional são semelhantes aos da hipertensão tradicional, que pode ser causada por fatores genéticos ou hábitos de vida. “Os principais sinais incluem palpitações, dor de cabeça, cansaço excessivo, falta de ar e tontura. No entanto, quando exames médicos não indicam causas físicas para o problema, investigamos a influência de outros fatores”, explica.
Uma das principais diferenças entre a hipertensão emocional e a crônica está nos exames clínicos. “Se não há alterações em exames de sangue ou cardíacos, avaliamos o impacto do estilo de vida e do estado emocional do paciente. Muitas vezes, questões como conflitos familiares, excesso de trabalho ou dificuldades sociais desencadeiam esse aumento da pressão”, pontua Rosimery.
O cardiologista da Hapvida, José Miguel Gonçalves, fala que a hipertensão emocional é temporária e associada a estresse ou emoções fortes, enquanto a hipertensão crônica é uma condição persistente e independente de fatores emocionais. “O estresse e a ansiedade aumentam a produção de hormônios como adrenalina, que elevam a frequência cardíaca e a pressão arterial, sobrecarregando o sistema cardiovascular”, esclarece.
José Miguel alerta que pessoas com histórico familiar de hipertensão, aqueles que enfrentam estresse constante e indivíduos com transtornos emocionais têm mais risco de desenvolver hipertensão emocional. Além disso, o cardiologista indica que em casos de episódios frequentes de aumento da pressão arterial durante momentos de estresse ou se a pressão alta persistir sem causa aparente, deve-se consultar um cardiologista.
Quanto ao tratamento da hipertensão emocional, o cardiologista afirma que, em alguns casos, apenas mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, técnicas de relaxamento e acompanhamento psicológico são eficazes. “Mas em outros casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para controle da pressão”, conclui.
Entretanto, a combinação de acompanhamento médico e apoio psicológico é fundamental. “O acompanhamento multidisciplinar é essencial. A pessoa acompanhada por um cardiologista terá a certeza de que não há nada de errado com sua saúde física. Enquanto isso, o psicólogo oferecerá suporte emocional para ajudá-la a superar fatores estressantes e melhorar sua qualidade de vida”, afirma Rosimery.