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HISTÓRICO: Agência Senado completa 25 anos e ganha relevância no combate a fake news
02/02/2022 / 15:15
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A Agência Senado completa 25 anos. Desde 29 de janeiro de 1997, data de criação da agência on-line de notícias, todas as atividades dos senadores são acompanhadas por uma equipe de jornalistas do próprio Senado e, por essa razão, não existe a possibilidade de algum projeto de lei ser discutido ou aprovado sem que a sociedade tome conhecimento.

A produção jornalística fica no Portal Senado Notícias. Em 2021, foram publicadas 14 mil reportagens, e o material teve 36,6 milhões de visualizações. Em comemoração ao 25º aniversário, o site acaba de ganhar um layout mais moderno, com novas funcionalidades e de navegação mais intuitiva.

Mesmo tendo a missão primordial de dar transparência ao trabalho legislativo, por muito tempo as notícias produzidas pelo Senado foram vistas com alguma reserva. O jornalista Antonio Caraballo Barrera, que foi repórter e diretor da Agência Senado nos primórdios, lembra:

— As pessoas tinham preconceito. Pelo fato de produzirmos informação oficial, imaginavam que ela era parcial, chapa branca. Hoje ocorre justamente o inverso. Diante da recente avalanche de fake news e informações de sites duvidosos, as pessoas entendem que a informação produzida pelo Senado é confiável justamente por ser oficial. Ela agora é sinônimo de credibilidade.
A atual diretora da Agência Senado, Paola Lima, acrescenta que reportagens da Casa são citadas com frequência nas redes sociais para contestar fake news.

De acordo com ela, o risco de as notícias produzidas pela Agência Senado serem parciais ou tendenciosas está naturalmente afastado pelo fato de o Senado ser uma instituição plural:

— Os senadores representam as diversas correntes de pensamento da sociedade. Quando noticiamos discursos, debates e votações, todas as vozes que se manifestaram entram necessariamente nas reportagens, sejam elas conservadoras ou progressistas, ruralistas ou ambientalistas, governistas ou oposicionistas. Sendo o Senado plural, o noticiário consequentemente também é plural.

A credibilidade é atestada pela própria imprensa, que costuma publicar trechos e reportagens inteiras do Senado, sempre com indicações do tipo “segundo informações da Agência Senado”. Livros escolares, pesquisas acadêmicas e provas de concursos públicos também reproduzem o material escrito pela equipe de jornalistas da Casa.

Por noticiar todas as etapas do processo legislativo, os textos da Agência Senado mostram que, diferentemente do que às vezes prega o senso comum, o trabalho dos senadores não se resume ao voto no Plenário. Pelo noticiário, vê-se que antes dessa fase final há debates com especialistas e representantes da sociedade, votações em diferentes comissões temáticas, negociações políticas em torno do conteúdo dos projetos de lei.

As reportagens têm a preocupação de utilizar uma linguagem clara e direta, traduzindo o difícil jargão do mundo legislativo. A diretora da Secretaria de Comunicação do Senado, Érica Ceolin, explica:

— Queremos que o cidadão consiga entender de que forma aquele projeto de lei vai afetar concretamente a vida dele. Tendo a informação, ele pode se mobilizar pedindo que o projeto seja votado, rejeitado ou modificado. Nesse sentido, as notícias produzidas pelo Senado ajudam no fortalecimento da cidadania e da democracia.

Como a imprensa não consegue cobrir tudo o que acontece no Parlamento, os cidadãos podem contar com a Agência Senado para se inteirar a respeito de temas que, por exemplo, afetam um grupo profissional determinado ou um conjunto específico de municípios do interior.

Da mesma forma, os eleitores podem acompanhar seus senadores de perto, sabendo como eles votam e se posicionam nos debates legislativos. Isso lhes permite decidir se votarão nos mesmos políticos na eleição seguinte. Na grande mídia, é comum que apareçam apenas os senadores de maior projeção.

O senador Carlos Viana (PSD-MG), que também é jornalista, faz uma comparação entre a agência de notícias do Senado e a imprensa em geral:

— As revistas, jornais, agências, rádios e TVs privadas estão submetidas a interesses comerciais e, por isso, buscam a audiência o tempo todo. A Agência Senado não funciona assim. Como não está submetida à lógica do mercado, ela pode se dedicar integralmente à cidadania e ao interesse público.

Agência Senado