Uma investigação da Polícia Civil revelou que Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, morreu após receber quatro doses de quimioterapia de uma única vez no hospital MedSênior, em Belo Horizonte (MG). O caso aconteceu em agosto de 2024 e, de acordo com as autoridades, a dose aplicada no paciente foi quatro vezes superior à prescrita.
+ Receba as notícias do F5 Online no WhatsApp
O enfermeiro responsável pela aplicação e a médica responsável pelo tratamento foram indiciados por homicídio com dolo eventual. As investigações apontaram que o paciente, em tratamento contra o mieloma múltiplo desde março, foi vítima de uma grave negligência em 19 de agosto, quando recebeu 8,78 mg do medicamento, em vez dos 2,29 mg indicados na prescrição médica.
A Polícia Civil informou que o enfermeiro ignorou as identificações individuais das seringas, que estavam destinadas a outros pacientes.
“Foram aplicadas quatro injeções, totalizando 8,78 mg do remédio, enquanto a prescrição médica indicava apenas 2,29 mg. O profissional ignorou as identificações individuais das seringas, que estavam destinadas a outros pacientes”, declararam as autoridades.
Após a aplicação errada, Nilton começou a se sentir mal e precisou de atendimento médico em duas ocasiões consecutivas. Com o agravamento do quadro clínico, foi internado e submetido a ventilação mecânica. Quatro dias após o erro, o paciente não resistiu.
Ainda conforme a investigação, o enfermeiro comunicou o ocorrido à enfermeira-chefe, mas não registrou o incidente no prontuário e retirou as etiquetas das injeções aplicadas. A médica responsável, ao ser informada sobre o erro, também optou por não tomar providências para tentar reverter a situação.
As autoridades concluíram que tanto a conduta do enfermeiro quanto a omissão da médica contribuíram diretamente para o agravamento do estado de saúde de Nilton. O relatório das investigações será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se apresentará uma denúncia formal contra os profissionais na Justiça.
*com informações do Metrópoles