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Hugo Motta diz que ataques de 8 de janeiro foram agressão às instituições, mas não tentativa de golpe
07/02/2025 / 17:38
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Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), disse nesta sexta-feira (7) que os ataques de 8 de janeiro de 2023 representam uma agressão às instituições brasileiras, mas não uma tentativa de golpe.

Em entrevista à Rádio Arapuan FM, Hugo Motta disse ainda que as punições aos responsáveis e envolvidos não podem ser exageradas, especialmente contra pessoas que não cometeram atos mais graves.

Ainda na entrevista, ele voltou a dizer que a proposta de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro é um tema que ainda divide a Câmara dos Deputados e negou que tenha feito acordo com Jair Bolsonaro para pautar o tema, embora tenha criticado algumas condenações. Segundo Motta, não houve pedido do ex-presidente ou compromisso em pautar o projeto que pode beneficiar o ex-mandatário.

Motta também disse que não fechou acordo com o PT, partido do presidente Lula, para não colocar o tema em debate. Ele disse que a ideia é discutir o assunto ao longo da legislatura.

“Na conversa que eu tive com o presidente Bolsonaro, é importante aqui registrar, o presidente não exigiu a condição para se pautar anistia. O que ele disse foi o seguinte: ‘primeiro, Hugo, eu não quero anistia para mim. A minha preocupação é com essas pessoas que estão sendo condenadas pelos atos do 8 de janeiro, que eu entendo que estão recebendo penas muito severas. E eu queria que, se tiver o ambiente político no Colégio de Líderes, que você não atrapalhasse a pauta e que ela fosse apreciada pelo plenário’. Pelo Partido dos Trabalhadores, foi colocado o seguinte: ‘essa pauta não pode andar, essa pauta é um retrocesso. Eu não posso chegar aqui e dizer: ‘eu vou pautar anistia semana que vem ou não vou pautar anistia de jeito nenhum. Será um tema que nós vamos analisando, digerindo, conversando'”, afirmou.

Em seguida Motta foi questionado se não achava que houve de fato uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, mas o presidente da Câmara disse que, na sua opinião, era preciso ter outros elementos característicos para afirmar que foi de fato um golpe. Foi quando Motta também criticou condenações de pessoas envolvidas nos ataques.

“Primeiro, o que aconteceu, não pode ser admitido que aconteça novamente. Foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, tem que ter uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas – e não teve isso. Ali, foram vândalos, baderneiros, e o Brasil foi muito feliz na resposta (…). As instituições se posicionaram de maneira muito firme. O Congresso estava funcionando na outra semana, o Supremo estava aberto, o Palácio do Planalto da mesma forma. Então, a resposta, ela foi dada”, declarou.

Hugo ainda acrescentou que: “da mesma forma, você não pode, por exemplo, penalizar uma senhora que passou na frente lá do palácio, não fez nada, não jogou uma pedra e recebeu 17 anos de pena para regime fechado”, complementou.

Lei da Ficha Limpa

O presidente da Câmara voltou a dizer ainda que acha oito anos um tempo excessivo para a punição da Lei da Ficha Limpa. Já há uma proposta tramitando na casa para reduzir essa punição para dois anos.

Hugo Motta, no entanto, também disse que no momento é preciso debater melhor o tema e não se comprometeu a dar andamento ao texto.

*com informações da CBN