O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito neste sábado (1º) presidente da Câmara dos Deputados. Na votação, foram 499 presentes: Hugo Motta recebeu 444 votos; o Pastor Henrique Vieira, 22; Marcel van Hattem, 31; Brancos foram 2.
Considerado uma pessoa de bom trânsito entre parlamentares governistas e da oposição, Motta recebeu o apoio de 18 partidos, em uma aliança que inclui o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Natural de João Pessoa (PB), Hugo Motta Wanderley da Nóbrega tem 35 anos. É médico formado pela Universidade Católica de Brasília e pertence a uma família com histórico na política. O avô paterno, Nabor Wanderley, foi prefeito da cidade de Patos (PB). O pai, Nabor Wanderley, é o atual chefe do Executivo da cidade.
A avó materna, Francisca Motta, é deputada estadual da Paraíba e foi a primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa do estado. Ela também foi prefeita de Patos de 2013 a 2016. Já o avô materno, Edivaldo Motta, foi deputado federal, de 1987 a 1992, e deputado estadual na Paraíba por cinco mandatos, entre 1967 e 1987.
Motta foi eleito pela primeira vez em 2010, quando, aos 21 anos, foi o mais jovem a conseguir uma vaga na Câmara, pelo MDB. Ele está no quarto mandato consecutivo como deputado federal, sendo o parlamentar mais votado da Paraíba em 2022.
Em 2018, trocou o MDB pelo Republicanos, do qual é líder desde 2023. Presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, em 2014, e também comandou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015. É autor ou coautor de 1.523 propostas.
O deputado paraibano também relatou 66 proposições, como a PEC dos precatórios, que permitiu ao então governo Bolsonaro limitar o pagamento anual dessas dívidas e abriu espaço fiscal para bancar o então Auxílio Brasil, atual Bolsa Família.
Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB, o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à Proposta de Emenda à Constituição 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos.