
A Shein, gigante do comércio eletrônico, inaugura nesta quarta-feira (5/11) sua primeira loja física no mundo em Paris, apesar de protestos e investigações sobre a venda de bonecas sexuais com aparência infantil.
A Shein, conhecida por sua atuação no setor de fast fashion, abre hoje sua primeira loja física permanente no mundo, localizada em Paris, no tradicional BHV. A inauguração ocorre em meio a uma forte controvérsia, após a empresa ser alvo de investigações e sanções administrativas pela venda de bonecas sexuais que lembram crianças. Policiais patrulharam a entrada da loja, refletindo a tensão em torno da chegada da marca à capital francesa.
A imprensa local, incluindo os jornais “Le Figaro” e “La Croix”, destacaram a indignação em relação à presença da Shein, que já acumula multas na França que somam € 191 milhões neste ano. O “Le Figaro” critica a falta de ação do governo francês diante do que descreve como um “tsunami chinês” no comércio, enquanto o “La Croix” observa que as lojas tradicionais buscam se reinventar em um mercado cada vez mais dominado pelo comércio online.
Além das críticas sobre a qualidade de seus produtos, a Shein enfrenta um projeto de lei francês que visa combater os excessos da fast fashion. O Ministério Público de Paris também investiga a empresa por difusão de mensagens potencialmente prejudiciais a menores. Mesmo assim, o BHV defende a parceria como uma estratégia para revitalizar suas vendas.
A chegada da Shein à França não é bem vista por todos. Doze marcas locais já anunciaram que deixarão o BHV em protesto contra a concorrência desleal. As Galerias Lafayette, que planejavam abrir uma loja da Shein, também desistiram da parceria. As reações negativas se intensificaram desde o anúncio da inauguração, com autoridades e representantes do setor têxtil expressando suas preocupações.
A loja será inaugurada às 13h (9h de Brasília) e marca um momento significativo para a Shein, que foi fundada em 2012 na China e atualmente está sediada em Singapura. Apesar das controvérsias, a empresa continua a atrair consumidores com seus preços acessíveis, refletindo as tensões em torno da regulamentação do comércio online.