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Indígenas da PB invadem área em Pernambuco após receberem “orientação espiritual”
14/01/2023 / 14:24
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Um grupo de indígenas de Pernambuco, Paraíba e também da Venezuela ocuparam um terreno abandonado que pertence à prefeitura de Igarassu, no Grande Recife, após receberem uma orientação espiritual de encantados, que são entidades ancestrais das crenças indígenas.

A terra ocupada era, no século 16, chamada de Marataro Kaete, que quer dizer aldeia ou território. Em 22 de dezembro, os indígenas do grupo chamado Karaxuwanassu foram para a área onde funcionava o Polo Industrial Ginetta, no Engenho Monjope.

O local hoje pertence à prefeitura do município, que conseguiu na Justiça uma decisão para reintegração de posse do terreno.

São 60 famílias que falam português, espanhol e cinco idiomas indígenas: Warao, Tupi Antigo, Guarani-kaiowá, Brobo e Yatê.

Resposta da prefeitura

Por meio de nota, a prefeitura de Igarassu disse que foi surpreendida pela ocupação e afirmou que o terreno é atualmente utilizado para recuperação de bens da Secretaria municipal de Educação e foi desapropriado com verbas vinculadas ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para a construção de uma Escola em Tempo Integral para a educação de adolescentes.

O projeto da escola prevê 13 salas de aula, quadra poliesportiva, laboratórios de informática e ciências e refeitório que oferecerá quatro refeições diárias para os estudantes.

O município disse que “vem envidando esforços nos últimos quatro anos para amparar as 86 famílias de imigrantes venezuelanos, totalizando 239 pessoas, cujo projeto de acolhimento foi reconhecido e premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU)”.

A administração municipal explicou que o terreno não é terra improdutiva, mas uma área que vem sendo utilizada pela prefeitura de Igarassu, “com iluminação elétrica, circuito interno de câmeras e funcionários que não estavam no local no momento da ocupação, por se tratar de um domingo e feriado”.

A gestão também disse que constatou atos de vandalismos ao patrimônio público, como danos no contador para interromper o fornecimento de energia e arrombamento do portão principal com substituição do cadeado.

“A gestão municipal tem compromisso com o acolhimento e a Assistência Social tem tratado do assunto com compromisso e respeito junto aos órgãos federais, estaduais e municipais para solucionar o problema. Informamos ainda que o diálogo permanece com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), órgãos e membros envolvidos”, completou a prefeitura.

Por meio de nota, os indígenas contestaram a prefeitura e disseram que “não praticaram atos de vandalismo”.

 

F5 Online com Blog do BG PB