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Indústria petrolífera projeta 500 mil empregos, mas teme mudança na Lei das Estatais
21/12/2022 / 11:29
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A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro) projeta que o segmento de exploração e produção de óleo e gás no país deve chegar a 837 mil empregos em 2025 – um aumento de 497 mil vagas. Hoje o setor tem cerca de 340 mil postos de trabalho.

De acordo com o secretário-executivo da Abespetro, Telmo Ghiorzi, as empresas do setor já detectam aumento da rotatividade de profissionais, “algo típico dos momentos de aumento rápido da atividade”.

As vagas devem se concentrar no Sudeste, especialmente na região de Macaé, no Rio de Janeiro, onde se encontra boa parte das indústrias do petróleo. O salário médio de atuação girará em torno de R$ 16 mil.

Alguns motivos são apontados para explicar o crescimento da atividade, entre eles a alta no preço do petróleo. O barril voltou a subir e hoje é negociado a cerca de US$ 80. O mundo também vive uma insegurança energética, principalmente por causa da guerra da Ucrânia, e preços altos tornam investimentos mais atraentes.

Outro fator é a retomada dos leilões de áreas para exploração do petróleo no Brasil. Com isso, o valor dos investimentos já anunciados é de US$ 156 bilhões entre 2022 e 2030. A previsão do Ministério de Minas e Energias é de que pode chegar a US$ 415 bilhões.

“Neste momento, extrair petróleo está dando muito dinheiro, e não há clareza de quanto tempo esse novo ciclo vai durar”, diz Eduardo Costa Pinto, professor do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), ligado à FUP (federação dos petroleiros).

Mudança de governo

A troca de governo não muda o cenário. A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem falado em aumentar os investimentos em refino e energias renováveis. A avaliação da Abespetro é que isso não deve reduzir a produção de petróleo.

A entidade se diz preocupada, no entanto, com a mudança na Lei das Estatais, aprovada na Câmara dos Deputados. A nova lei facilita a nomeação de pessoas envolvidas com política como diretores de estatais. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

A entidade diz que, se aprovada, a mudança “fragiliza os critérios técnicos e pode contribuir para problemas de governança e de eficiência das estatais”, como a Petrobras. “A Abespetro receia que a mudança em trâmite seja negativa para a economia do país e, portanto, do setor de petróleo”, diz nota da Abespetro.

F5 com informações de UOL