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Inovação e tecnologia: Usinas de etanol da Paraíba adotam drones e máquinas automatizadas no campo
22/08/2025 / 07:22
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Localizada na zona rural de Caaporã, a Destilaria Tabu integra a Região Metropolitana de João Pessoa. A unidade produz etanol, álcool extrafino para indústrias de bebidas, perfumaria e farmacêutica, além de bioenergia

A cultura da cana-de-açúcar está presente na Paraíba desde o século XVII. Uma das agroindústrias mais antigas do Brasil – e de maior relevância para o estado e para o País – vem se modernizando e incorporando tecnologias de ponta ao campo. As sete usinas associadas ao Sindalcool, sindicato que representa a indústria de açúcar e etanol da Paraíba, já utilizam inovações agrícolas como drones e colhedoras de cana-de-açúcar automatizadas, equipamentos que estão entre os mais modernos do mercado.

Um exemplo é a Destilaria Tabu, localizada na zona rural de Caaporã, na Região Metropolitana de João Pessoa. A unidade produz etanol, álcool extrafino – com aplicações nas indústrias de bebidas, perfumaria e farmacêutica – e bioenergia, investindo fortemente em tecnologia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade de suas operações.

Uso de drones no monitoramento agrícola

Na Tabu, drones são utilizados diariamente para monitoramento, aplicação de insumos e outras funções.

Segundo o gerente agrícola da unidade, Hugo Amorim, os equipamentos contribuem para identificar focos de incêndio, prevenir roubos, fiscalizar distúrbios no canavial, além de detectar pragas, falhas e ervas daninhas.

“Os drones monitoram incêndios, roubos, fiscalizam qualquer tipo de distúrbio que tenha no canavial, além de pragas, falhas, ervas daninhas. O drone voa todo dia e, além disso, aplica maturadores, faz a catação de ramas e realiza aplicações específicas como herbicidas nas encostas”, explicou.

Colheita automatizada

Outro destaque é a mecanização da colheita. As colhedoras de cana-de-açúcar, máquinas agrícolas automatizadas, realizam o corte, a limpeza parcial e o carregamento direto da matéria-prima para os veículos de transporte, garantindo mais segurança e produtividade.

De acordo com a destilaria, 60% da colheita de 2025 será automatizada, com três máquinas já em operação. Esses equipamentos contam com sistemas integrados de última geração, que incluem piloto automático, controle de combustível, gestão de velocidade, monitoramento do corte de base e manutenção preditiva.

“Desde as manutenções programadas, correções preditivas, é um sistema integrado da John Deere de colhedoras: piloto automático, controle de combustível, velocidade, fio de cruz, controle integral do corte de base. Ela é totalmente automatizada, melhora o uso de combustíveis e assegura maior qualidade da matéria-prima”, destacou Amorim.

O gestor acrescenta que a Tabu já está no terceiro ano de colheita mecanizada, com resultados expressivos em eficiência, qualidade e pureza vegetal.

Cenário regional e resultados da safra

No cenário regional, a Paraíba se consolidou como o terceiro maior produtor de cana e açúcar do Nordeste e o segundo maior produtor de etanol da região.

A safra 2024/2025 foi encerrada com resultados positivos para o setor sucroenergético do estado. As usinas paraibanas moeram 7.406.179 toneladas de cana-de-açúcar, volume 1% superior ao da safra anterior. A produção de açúcar foi o principal destaque, com crescimento de 28%, saltando de 230.059 para 293.437 toneladas.

De acordo com o Sindalcool, a produção total de etanol também cresceu 4%, alcançando 398.271 m³. A entidade afirma que esse volume seria suficiente para suprir todo o volume de gasolina consumido internamente no estado, o que contribuiria significativamente para a redução de emissões e o aumento da octanagem para os motoristas.

Usina é Biotecnologia

As usinas paraibanas, assim como todo o setor sucroenergético nacional, estão em constante processo de transformação. Há muito tempo deixaram de ser vistas apenas como produtoras de açúcar e etanol e passaram a se consolidar como biorrefinarias modernas.

Esse movimento é impulsionado pela inovação tecnológica, pela busca por sustentabilidade e pela diversificação de produtos.

“A agroindústria da Paraíba investe na cana-de-açúcar continuamente, através das análises de dados. A cana, essa maravilhosa planta que converte energia solar em energia química verde, continuará garantindo o abastecimento de açúcar para o mundo. A proximidade dos portos é um fator de vantagem competitiva para as usinas da Paraíba. Há também outras aplicações em estudo, como a produção do acetato de etila, utilizado como solvente numa vasta gama de aplicações em muitas indústrias. O acetato de etila é um importante componente para a concentração e purificação de antibióticos. Também é usado como intermediário na fabricação de vários medicamentos”, disse Edmundo Barbosa, presidente-executivo do Sindalcool.

O Sindalcool reforça essa visão por meio do vídeo “Usina é Biotecnologia”, que explica como o etanol é produzido e mostra como a indústria vem se modernizando.

Assista ao vídeo: