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Instagram, TikTok e Facebook: qual rede social mais afeta a saúde mental?
10/02/2025 / 19:00
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As redes sociais se tornaram parte essencial do cotidiano, mas o uso excessivo de plataformas como Instagram, TikTok e Facebook tem levantado preocupações sobre os impactos na saúde mental. Estudos mostram que o consumo exagerado dessas redes pode levar a ansiedade, depressão e até transtornos de imagem corporal, especialmente entre os mais jovens. Mas qual delas é a mais prejudicial? E há maneiras de aproveitar os benefícios das redes sem comprometer o bem-estar emocional?

Segundo um estudo da Universidade de Londres, publicado em 2019, adolescentes do sexo feminino apresentam duas vezes mais chances de terem depressão ao utilizar redes sociais do que homens da mesma faixa etária. Entre garotas de 14 anos, cerca de 75% sofrem de depressão por baixa autoestima, insatisfação com sua aparência e por dormir sete horas ou menos por noite.

Ainda assim, este cenário pode ser ainda mais alarmante atualmente, tendo em vista os reflexos provocados pela pandemia de Covid-19.

Em relação às plataformas, pesquisas apontam que os aplicativos baseados em vídeos curtos, como o TikTok e a ferramenta Reels do Instagram, são os mais propensos a gerar dependência. A forma como essas redes utilizam os algoritmos estimulam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina a cada nova rolagem de tela.

Pesquisadores da Universidade Zhejiang, na China, publicaram um estudo na revista científica NeuroImage, que revelou que o cérebro reage de maneira intensa ao conteúdo exibido pelo TikTok. Dentre os resultados foi possível identificar que regiões associadas ao sistema de recompensa são ativadas ao assistir aos vídeos da plataforma, gerando uma sensação imediata de prazer e satisfação.

Para chegar a essa conclusão, a equipe realizou exames de ressonância magnética em 30 voluntários enquanto eles assistiam a dois tipos de vídeos: aqueles selecionados pelo algoritmo do TikTok, com base nas preferências individuais, e conteúdos genéricos exibidos para novos usuários sem histórico de interação.

Sobre o Instagram, apesar da popularidade, foi eleito a rede social mais tóxica para a saúde mental de seus usuários, de acordo com a entidade de saúde pública do Reino Unido (NHS, sigla em inglês).

A cultura da comparação e seus perigos

Além da dependência, outro problema sério das redes sociais é a ‘cultura da comparação’. As plataformas apresentam versões editadas e filtradas da vida das pessoas, o que pode levar os usuários a comparações irreais e sentimentos de insatisfação.

“As redes sociais frequentemente incentivam uma cultura de comparação, na qual as pessoas se sentem pressionadas a medir suas vidas e conquistas em relação às dos outros. Ao serem expostas apenas a versões idealizadas e filtradas da realidade alheia, correm o risco de desenvolver insatisfação com suas próprias experiências e realizações”, explica a hipnoterapeuta e especialista em reprogramação mental, Chris Oliveira.

Ainda segundo Chris, esse cenário é resultado de traumas e padrões mentais formados na infância, que influenciam a maneira como as pessoas desenvolvem seus pensamentos e sentimentos sobre diversos aspectos da vida, como finanças, aparência e estilo de vida.

Chris Oliveira é hipnoterapeuta e especialista em reprogramação mental (Foto: Reprodução/Youtube)

Existe um lado positivo?

Apesar dos desafios, as redes sociais também podem trazer benefícios. Elas facilitam a conexão entre pessoas, oferecem acesso rápido à informação e possibilitam a divulgação de conteúdos educativos e motivacionais. O segredo, de acordo com os estudos apresentados acima, está no uso consciente. Se bem administradas, as redes podem ser uma fonte de aprendizado e até mesmo um espaço para reforço da autoestima.

Como regular o uso e evitar os riscos?

Diante dos impactos negativos, cresce o debate sobre a necessidade de regulamentação das redes sociais. Alguns países já impuseram restrições ao tempo de uso para menores de idade e exigem mais transparência nos algoritmos. Além disso, algumas estratégias são orientadas para equilibrar o consumo digital:

  • Definir horários específicos para o uso das redes
  • Evitar o uso excessivo antes de dormir
  • Desativar notificações para reduzir a ansiedade digital
  • Seguir perfis que promovam bem-estar e conteúdo positivo
  • Praticar o “detox digital” regularmente