Um áudio atribuído a Bueno Aires, um dos sócios da Fiji Solutions, revela o empresário planejando uma comemoração em um haras localizado entre João Pessoa e Recife. Na gravação, o operador financeiro acusado de aplicar um golpe milionário com o aluguel de criptomoedas dos seus clientes chama o lugar de “muito top”, em “só mora a galera tipo advogado, desembargador e tal… bem privado. Não falta nada, as piscinas aquecidas etc e tal […] tô chamando um pessoal pra cá, a gente vai fazer um churrasco e tal, enfim, quarto não falta, a casa tem uns oito, nove quartos. Todos são suítes”, diz o paraibano natural de Gurjão.
O Tribunal de Justiça da Paraíba determinou o bloqueio de R$ 399 milhões em bens da Fiji Solutions e de três sócios da empresa gestora de contratos de criptomoedas: Emilene Marília Lima do Nascimento, Breno de Vasconcelos Azevedo e Bueno Aires José Soares Souza. Os pedidos foram protocolados em ação civil pública movida pelo Ministério Público da Paraíba. De acordo com o MP-PB, a Fiji usava até contas pessoais dos sócios para movimentar os valores dos clientes.
Uma audiência de conciliação agendada com Bueno Aires, que seria realizada pelo Ministério Público nesta sexta-feira (05.05), não irá acontecer devido ao fato de o investigado não ter sinalizado que compareceria pessoalmente, segundo o promotor de Justiça e diretor regional do MP-Procon em Campina Grande, Sócrates Agra.
A Fiji, de acordo com o Ministério Público, parou de cumprir os pagamentos previstos em contrato com clientes em fevereiro. O prejuízo estimado é de aproximadamente R$ 400 milhões, segundo Sócrates Agra. A empresa formalizava contratos de locação de criptoativos e prometia pagamentos fixos mensais. Assim como aconteceu com a Braiscompany, os negócios desandaram após a empresas serem descobertas em possíveis esquemas de pirâmide financeira.