O irmão do ex-governador do estado de Pernambuco morto em um acidente aéreo no litoral do estado São Paulo em 2014 quer reabrir o inquérito para apurar as causas da tragédia que mudou os rumos da eleição presidencial daquele ano. Antônio Campos disse nesta terça-feira (25) que seu irmão, Eduardo Campos, pode ter sido assassinado, e que as investigações conduzidas pela Polícia Federal foram inconsistentes.
“O Brasil precisa saber a causa do acidente, se teve conotação política e se existe a real possibilidade de Eduardo Campos ter sido assassinado”, disse Antônio Campos.
“Estou investigando o acidente desde o começo e vamos mostrar um inquérito baseado em novas provas reunidas nos últimos seis meses que são relevantes sobre o caso. Além das novas provas, vamos apresentar todas as inconsistências produzidas no inquérito inconclusivo finalizado pela Polícia Federal”, completou em entrevista à Folha de Pernambuco.
Antônio Campos destacou que está fazendo uma petição para ingressar na 4ª Vara Federal de São Paulo, solicitando a reabertura do caso com base em fortes indícios que Eduardo Campos não foi vítima de um simples acidente aéreo. “No dia em que completa nove anos da morte de Eduardo, 13 de agosto, vamos protocolar um pedido de reabertura das investigações”, afirmou.
Entre as novas documentações que serão apresentadas junto da reabertura do inquérito está um ofício da 4ª Vara Federal de Santos (SP), onde ocorreu o acidente, cobrando do Ministério da Justiça mais agilidade no cumprimento de uma “carta rogatória” para a fabricante do jato Cessna, nos Estados Unidos, apresentar a produção técnica sobre a queda da aeronave. Em síntese, para cobrar a análise da fabricante sobre as condições do avião acidentado.
Perguntado se em suas investigações há algum indício da participação do PT no acidente, visto que o partido estava em lado oposto do então candidato socialista há nove anos, Antônio Campos enfatizou: “Nem sempre o inimigo é o que aparenta ser. Não quero fazer precipitadas acusações”. E acrescentou: “Vamos mostrar a necessidade de as autoridades competentes aprofundarem as investigações sobre a morte de Eduardo.