Um tribunal israelense determinou, nesta quarta-feira (11), a deportação do ativista brasileiro Thiago de Ávila e Silva Oliveira de até esta quinta-feira (12), após audiência envolvendo os detidos da Flotilha da Liberdade em águas internacionais.
O ativista brasileiro foi detido pela Marinha de Israel no domingo (8), enquanto participava de uma missão humanitária, que tentava romper simbolicamente o bloqueio à Faixa de Gaza. A embarcação, interceptada em águas internacionais, transportava suprimentos como leite em pó, arroz, fórmula infantil, fraldas, kits médicos e próteses infantis, além de 12 ativistas de diversas nacionalidades.
Em protesto contra a prisão — que considera um “sequestro” — Thiago iniciou uma greve de fome e sede na noite de terça-feira (10), segundo a Coalizão da Flotilha da Liberdade.
A decisão judicial restringiu o retorno dos detidos ao Brasil a 72 horas após a detenção, mas estipulou uma nova audiência em 8 de julho caso a deportação não se concretize neste prazo.
Diferentemente da ambientalista sueca Greta Thunberg, que foi deportada imediatamente, Thiago se recusou a assinar os documentos oficiais que reconheciam o crime por entrar em Israel sem autorização. Ele está detido na prisão da cidade israelense de Temleh.
A imposição de banimento por 100 anos ao grupo permanece, segundo integrantes da Flotilha. A defesa de Thiago, realizada pela ONG Adalah, e sua família criticam a ação como ilegal, pois o barco “Madleen” navegava em águas internacionais e tinha caráter estritamente humanitário.
O governo brasileiro afirmou que acompanhou a audiência de Thiago Ávila no tribunal israelense e tem prestado assistência consular ao ativista. Em nota divulgada na noite de terça-feira (11), o Itamaraty condenou a interceptação da embarcação em águas internacionais, classificando o ato como uma “flagrante violação do direito internacional”. O comunicado reforça o apelo pela libertação imediata do brasileiro e cobra de Israel garantias quanto à sua integridade física e bem-estar.