A primeira-dama Janja Lula da Silva participou, neste domingo (21/9), de um culto na Abyssinian Baptist Church, tradicional igreja batista localizada no bairro do Harlem, em Nova York. O compromisso ocorre às vésperas da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e faz parte de uma agenda de aproximação com segmentos evangélicos, um dos públicos mais resistentes ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil.

Durante a celebração, Janja foi apresentada pelo reverendo Kevin como convidada especial e aplaudida pelos fiéis presentes, que também cumprimentaram integrantes da delegação brasileira. Em suas redes sociais, a primeira-dama disse ter vivido um momento de “louvor e muito simbolismo” e destacou a mensagem do líder religioso sobre a importância de “não se silenciar diante do que acontece no mundo”.

Nos últimos meses, Janja tem intensificado encontros com mulheres evangélicas em diferentes regiões do país. Em julho, esteve na Igreja Batista de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, ao lado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Tem sido realmente um momento de revelação por me sentir confortável nesses ambientes e muito bem acolhida”, afirmou no podcast cristão Papo Crente, que foi ao ar no domingo e também contou com a participação de Lula.

Janja chegou a Nova York cinco dias antes do presidente para representar o Brasil em um evento preparatório da COP30 voltado para mulheres. Ela está hospedada na residência oficial do embaixador Sérgio Danese, representante permanente do Brasil na ONU, onde Lula também ficará.

A movimentação da primeira-dama acontece em meio a críticas da oposição sobre os gastos de suas agendas e à tentativa do governo de melhorar sua imagem junto ao eleitorado evangélico. Pesquisas recentes mostram um cenário desafiador: levantamento da Datafolha, em junho, indicava que 36% dos brasileiros avaliavam que as ações de Janja mais atrapalham que ajudam o governo, enquanto apenas 14% viam efeito positivo. Já a pesquisa Quaest divulgada na semana passada apontou Lula com 61% de desaprovação e 35% de aprovação — a menor diferença entre os dois índices desde julho.

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