Um estudo do Instituto Trata Brasil revela que o trabalho da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) levou a Paraíba a figurar entre os melhores índices de saneamento do Nordeste. Segundo o relatório, a Paraíba tem o segundo menor déficit de saneamento da região.
O documento utiliza dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e mostra os ganhos econômicos e sociais mais efetivos em vários setores, evidenciando que os investimentos feitos em saneamento vão muito além de melhorar apenas a qualidade de vida da população: impacta também na saúde, no aumento da produtividade no trabalho, na valorização imobiliária e na expansão do turismo.
Um novo relatório organizado pelo Instituto Trata Brasil, mostrou que Campina Grande aparece em 17º lugar no Ranking do Saneamento nas 100 maiores cidades do Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2021 e essa é a 15ª edição do ranking. O município paraibano ocupa a melhor colocação entre os municípios do Nordeste brasileiro.
Publicado esta semana, o estudo do Trata Brasil enumera índices como indicador de atendimento total de água, indicador de atendimento total de esgoto, indicador de tratamento total de esgoto, investimento médio, indicador de perdas na distribuição, entre outros.
Campina Grande perdeu uma posição com relação ao levantamento do ano passado, caindo de 16º lugar para 17º, mas ainda assim a cidade se tornou a melhor do Nordeste, o que não acontecia no estudo anterior. Isso porque cidades como Vitória da Conquista, na Bahia, teve uma redução ainda maior e perdeu mais posições, ficando atrás de Campina Grande. Vitória da Conquista, por exemplo, era 13º lugar e agora é 18º.
A outra cidade paraibana inclusa no estudo, a capital João Pessoa ocupa a 36ª colocação, duas posições piores que no estudo anterior. A cidade tem uma população de 825.796 habitantes e também registra 100% em atendimento de água. Em compensação registra 83,55% em atendimento de esgoto e 81,96% de tratamento de esgoto.
O investimento total em João Pessoa foi maior, com destinação de R$ 152,07 milhões entre 2017 e 2021, mas como a capital paraibana tem mais do que o dobro da população, o investimento per capita foi de apenas R$ 36,83 por habitante. As perdas na distribuição estão na ordem de 38,75% e um total de oito piscinas olímpicas de esgoto não são tratadas diariamente.
Contabilizando apenas as capitais brasileiras, João Pessoa ocupa a 12ª colocação, sendo a terceira colocada entre as capitais nordestinas, atrás de Aracaju e Fortaleza.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas e cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população.
Com metas definidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90% da população até 2033.