
Com a chegada do mês de junho, o Nordeste se veste de festa, cores e memórias. É tempo de São João — tempo de reencontro com as raízes, com os sabores do campo, com a música que embala gerações e com uma cultura que pulsa forte em cada cidade, sítio e comunidade. Na Paraíba, especialmente, junho não é apenas mais uma página do calendário: é símbolo de identidade, resistência e alegria popular.
Nas feiras e nas mesas, o milho é rei. Pamonha, canjica, bolo de milho, curau, milho assado ou cozido — em cada receita, um pedaço da história do povo paraibano. O grão, colhido nesta época, representa não só alimento, mas também fartura e celebração, sendo o ingrediente principal das comidas típicas que dão sabor aos festejos juninos.
As festas ganham forma nos arraiais que brotam nos bairros de João Pessoa, nas comunidades do interior e no coração de Campina Grande, onde acontece o tradicional “Maior São João do Mundo”. Durante todo o mês, o Parque do Povo vira palco para artistas, quadrilhas e milhares de visitantes, movimentando a economia local e reafirmando a importância cultural da celebração.
Além de Campina, outras cidades como Bananeiras, Patos, Monteiro e Sousa também se destacam com festas que misturam fé, música, dança e tradição. O São João é, para o nordestino, mais do que uma comemoração: é herança viva, passada de geração em geração, aquecida pelas fogueiras e embalada por xotes e baiões.
Junho também é tempo de devoção aos santos — Santo Antônio, São João e São Pedro — figuras centrais nas festas religiosas que se misturam ao popular, em um sincretismo que reforça a espiritualidade e a união das comunidades.
Mais do que um mês festivo, junho é um marco na cultura paraibana. Ele representa o orgulho de um povo que celebra sua história com força, cor e calor humano. É quando o Nordeste dança mais alto, canta mais forte e prova, mais uma vez, que sua maior riqueza está nas suas tradições.