O encolhimento do jornalismo, ao mesmo tempo em que ganha espaço a mídia social controlada por políticos, representa, no limite, uma ameaça à democracia. De acordo com notícia da Folha de S.Paulo, o alerta, ainda que em forma de interrogação, emerge das páginas de “Jornalismo em Retração, Poder em Expansão”, de Ricardo Gandour.
O trabalho quantifica as duas tendências simultâneas, confirmando com números a impressão que observadores já tinham havia algum tempo. O autor mede a redução, nos últimos dez anos, do número de páginas dos veículos (78% deles fizeram cortes) e da quantidade de profissionais (83% cortaram pessoal).
Anota também que 81 empresas jornalísticas brasileiras fecharam títulos entre 2011 e 2018, dos quais 31 só em São Paulo. Na outra ponta, a mídia social, que estabelece um canal direto entre políticos e eleitores, experimentou expansão extraordinária. Entre 2013 e 2016, o número médio diário de posts por governador cresceu 91% (enquanto os posts dos jornais em cada estado aumentaram apenas 6%).