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Lucas Ribeiro mantém apoio a Lula enquanto PP enfrenta crise com ministro
08/10/2025 / 17:57
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Durante a solenidade de inauguração da Policlínica Integrada da Segurança Pública, na manhã desta quarta-feira (8), em João Pessoa, o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), comentou a decisão do seu partido de afastar o ministro do Esporte, André Fufuca, por ele permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida expôs uma crise interna no Progressistas e pressiona lideranças estaduais que mantêm alianças locais com o governo federal, como é o caso da Paraíba.

Questionado sobre a posição da Executiva Nacional e sobre uma possível saída do PP diante do novo cenário, Lucas adotou um tom de cautela e evitou confronto direto com a direção partidária.

“A gente está muito tranquilo com relação a essa questão nacional, estamos aguardando essa definição, inclusive, da federação, com muita tranquilidade, e no momento correto a gente vai ter essa definição e mostrar nosso posicionamento aqui, e é muito claro também”, afirmou.

O vice-governador aproveitou para reforçar o alinhamento político e administrativo do seu grupo com o governo federal, destacando a importância da parceria com o presidente Lula para obras e investimentos no estado.

“Nós fazemos parte de um agrupamento que conta com a liderança do nosso governador João Azevêdo, onde existe uma aliança com o governo federal, com o presidente Lula, que é parceiro. O Estado tem obras não só com recursos próprios, mas também advindas do PAC e de parcerias com o governo federal. Essas questões políticas são pequenas ao lado do que o nosso estado tem tido de resultados”, declarou.

Lucas disse ainda que sua decisão, por ora, é permanecer na legenda e aguardar a reorganização nacional da federação para, se necessário, definir um novo posicionamento.

“A nossa decisão é a permanência no partido, continuando nessa liga que a gente sempre teve, e aguardar a definição da federação desse novo cenário para poder a gente ter um posicionamento, se eventualmente for necessário”, completou.

A fala de Lucas ocorre em meio a um movimento intenso no cenário nacional. Nesta semana, a Executiva do PP afastou André Fufuca de todas as decisões partidárias, retirando-o da vice-presidência nacional e intervindo no diretório estadual do Maranhão, após o ministro desobedecer à orientação de deixar o governo Lula.

O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o PP “não faz e não fará parte do atual governo” e que não há identificação ideológica ou programática com a gestão federal. A medida contra Fufuca, no entanto, não foi uma expulsão formal, mas representou um claro sinal de endurecimento interno.

A decisão está inserida no contexto da federação União Progressista — formada por PP e União Brasil — que formalizou, em setembro, a saída da base governista. A direção nacional determinou que todos os filiados que ocupam cargos executivos na Esplanada deveriam se desligar, o que gerou resistência de nomes como Fufuca e Celso Sabino (ministro do Turismo, União Brasil). Ambos foram alvo de ações disciplinares.

O endurecimento da cúpula nacional coloca em posição delicada lideranças estaduais que mantêm alianças locais com o governo federal. Na Paraíba, o grupo de Lucas Ribeiro integra a base do governador João Azevêdo, que tem forte cooperação com o governo Lula em obras e programas federais.

A depender das definições da federação União Progressista — cuja liderança nacional passará por nova configuração até 2026 —, Lucas e outros quadros regionais poderão ser obrigados a tomar decisões políticas mais claras: manter o alinhamento federal e mudar de legenda, ou seguir a linha nacional de oposição do PP.

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