O presidente Lula (PT) anunciou a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em mais uma mudança ministerial de seu governo. No lugar, foi nomeada a também petista Márcia Lopes, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à fome do segundo mandato de Lula.
A exoneração de Cida e a nomeação da nova ministra serão publicadas ainda nesta segunda-feira (5) em edição extra do Diário Oficial da União.
A demissão foi confirmada três dias depois de o presidente e Cida conversarem no Palácio do Planalto, por cerca de 20 minutos. Na ocasião, ela saiu sem falar com a imprensa.
Assistente social e professora, Márcia foi uma das coordenadoras do grupo técnico de assistência social no governo de transição para o terceiro mandato de Lula, ao lado da ministra Simone Tebet (Planejamento) e da ex-ministra de Desenvolvimento Social Tereza Campello.
É também irmã de Gilberto Carvalho, ex-secretário geral da Presidência de Dilma Rousseff (PT) e atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho.
Durante o segundo mandato de Lula, Márcia ocupou diferentes cargos no Ministério do Desenvolvimento Social, chegando ao posto de ministra em 2010.
A saída de Cida da pasta já era dada como certa desde o começo do ano e ganharam força quando a primeira-dama, Janja, deixou de ir a um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) em que Cida era a representante, em março deste ano. Segundo aliados, o gesto seria uma forma de evitar constrangimento ao se realizar em data próxima à demissão de Cida.
Na sexta (2), após conversa com Cida, Lula se reuniu com Carlos Lupi, anunciando a demissão do aliado do PDT da chefia do Ministério da Previdência horas depois.
O então ministro deixou o governo após a revelação de descontos irregulares em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), órgão sob responsabilidade da pasta. O designado para a pasta foi o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), atual secretário-executivo da Previdência.
As duas demissões são mais uma etapa da reforma ministerial promovida pelo governo. Com as saídas de Cida e Lupi, Lula fez seis trocas neste ano: Sidônio Palmeira entrou na Secom no lugar de Paulo Pimenta, Frederico de Siqueira Filho assumiu as Comunicações no lugar de Juscelino Filho, e Gleisi Hoffmann tomou posse das Relações Institucionais em substituição a Alexandre Padilha, que por sua vez assumiu o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade.
No total, já foram 11 trocas em ministérios desde a posse no atual mandato.
Com informações da Folha de São Paulo