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Lula diz que PEC da Transição é para consertar orçamento de Bolsonaro: ‘Ele não colocou dinheiro pra resolver os problemas’
09/12/2022 / 13:04
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Após a aprovação da PEC da Transição no Senado, o presidente eleito Lula (PT) acredita que não haverá problemas na passagem da matéria pela Câmara.

Em coletiva para anunciar os seus primeiros ministros, realizada nesta sexta-feira (09.12), Lula disse que fará quantas conversas forem necessárias para que o texto seja, da mesma forma, aprovado pelos deputados.

O petista afirmou que não se trata de uma PEC feita para o governo eleito, mas para promover um reparo no orçamento do presidente Jair Bolsonaro (PL). A situação, “muito delicada” segundo o presidente, indica também falta de recursos para o programa ‘Minha Casa Minha Vida’, que contempla com moradia pessoas que costumam receber até dois salários mínimos.

“Nós agradecemos os senadores que votaram a PEC, que não é a PEC do governo Lula, do futuro governo, é uma PEC do governo Bolsonaro, porque essa PEC é pra resolver o problema do orçamento que ele não colocou o dinheiro pra resolver os problemas, que nós temos que resolver, sobretudo a manutenção dos R$ 600 de um programa que volta a ser chamado Bolsa Família e mais R$ 150 para crianças até seis anos de idade”, disse o presidente.

Segundo Lula, após a conclusão da transição governamental na próxima semana, o governo eleito irá “tentar, com a maior seriedade e maior sobriedade, apresentar para a sociedade brasileira o que nós encontramos como resultado do atual governo. Vamos mostrar sem precisar fazer show de pirotecnia como tá a saúde, educação, SUS, ciência e tecnologia, a situação dos aposentados, trabalhadores”, acrescentou.

O relatório de avaliação, segundo Lula, deverá ser apresentado, área por área, no dia 20 ou 21 de dezembro.

“Temos a consciência de que era um governo [Bolsonaro] com o corpo muito grande e a cabeça pequena. Um governo que não preparou a administração desse país, um governo que preferiu fazer fanfarrice, falar, falar, falar e não conseguiu resolver os problemas desse país”.

Falta de diversidade, imprensa e política externa

Lula iniciou a coletiva se explicando antecipadamente sobre a ausência de pretos, mulheres e demais minorias sociais entre seus primeiros ministros anunciados.

Segundo ele, “vai chegar uma hora em que vocês vão ver mais mulheres aqui do que homens, e vai chegar hora que vocês vão ver participação de muitos companheiros afrodescendentes”.

Ele também acenou para a imprensa, bastante destratada no governo Bolsonaro. Disse que a “gloriosa” categoria irá viver novos dias e ser tratada com mais respeito e decência. “Ninguém vai negar informação pra vocês. A Lei de Acesso a Informação vai voltar a funcionar 100%, o portal da transparência vai voltar a funcionar 100%”.

Afirmou ainda que no novo governo não haverá indústria da mentira, desinformação e fake news, mas a “indústria da boa informação” com “mais liberdade de expressão e comunicação”.

O petista também falou sobre a intenção de retomar uma “política externa protagonista, altiva e ativa”.

“Nós não temos o direito de frustrar a expectativa de grande parcela da sociedade brasileira”, afirmou em certa altura da coletiva.