Após um primeiro discurso sobre o resultado das eleições 2022, realizado em um hotel de São Paulo na noite deste domingo (30.10), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi para a Avenida Paulista, onde falou de forma improvisada para uma multidão de apoiadores reunida no local.
Lula disse que essa foi a campanha mais difícil que já fez em sua vida e que “quase fui enterrado vivo nesse país”.
“Não foi uma campanha de um homem contra outro homem, de um partido contra outro partido. Foi a campanha de um conjunto de pessoas que amam a liberdade, a democracia, contra o autoritarismo que gastou mais dinheiro e usou mais a máquina pública do que qualquer campanha em qualquer governo da história”.
Ele fez agradecimentos especiais a senadora e ex-candidata à Presidência, Simone Tebet (MDB), à ex-ministra Marina Silva (Rede), ao segundo colocado na disputa pelo governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a quem abraçou em diversos momentos no palco.
Lula garantiu a volta do Ministério da Cultura e prometeu a criação de comitês estaduais “para que a cultura se transforme numa coisa que todo mundo tem acesso, numa indústria de produzir emprego e renda”.
Anunciou a criação do Ministério dos Povos Originários, com políticas voltadas à população indígena do país e também destacou o Nordeste: “um povo que foi ofendido pelo meu adversário, que nos consagrou com essa vitória extraordinária”.
Chamou atenção para as mulheres, disse que essa “foi a vitória das mulheres que não querem ser tratadas como objeto de cama e mesa, querem ser tratadas como sujeitas na história. A mulher quer, ela pode e deve estar onde ela quiser”.
“Eu fui eleito para governar para 215 milhões de brasileiros, eu vou governar pra todos sem distinção, sem olhar se é rico ou se é pobre, sem olhar se é de esquerda ou direita. Mas as pessoas têm que saber que embora eu vá governar pra todos, são os mais necessitados que irão receber a política mais influente no meu governo”, disse Lula, que reforçou compromisso em erradicar a fome e recuperar a educação, “porque as famílias mais pobres perderam dois anos com a pandemia e nós precisamos fazer um mutirão para tentar reeducar essas crianças, pra eles poderem chegar no nível que deveriam estar”, afirmou.