O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado, 22, “nunca” ter equiparado a responsabilidade da Ucrânia à da Rússia na guerra em curso na Europa. Ao lado do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, durante visita oficial a Lisboa, Lula reafirmou a intenção de encontrar um caminho de diálogo para encerrar o conflito. “Eu nunca igualei os 2 países, porque eu sei o que é invasão, sei o que é integridade territorial, e todos nós achamos que a Rússia errou e já condenamos [a invasão] em todas as decisões da ONU”, disse o petista em fala a jornalistas.
“Mas eu acho que é preciso agora parar a guerra, e para isso é preciso alguém que converse […] e o Brasil está disposto a estabelecer essa política de conversação”, completou. A declaração sucede um mal-estar criado pelo presidente na política externa brasileira na última semana, quando sugeriu que haveria ambivalência na culpa pelo conflito tanto em Kiev quanto em Moscou. Ele também disse que os Estados Unidos, principal fornecedor dos armamentos de defesa ucranianos, estariam incentivando a continuidade da guerra.
Reações negativas da Casa Branca e de líderes da União Europeia levaram Lula a revisar o discurso em encontro com o presidente da Romênia, Klaus Iohannis, na terça-feira, 18, no Palácio do Planalto, ao citar uma condenação à “violação da integridade territorial” ucraniana pelos russos. A Romênia compartilha cerca de 650 km de fronteira com a Ucrânia.
Durante sua fala neste sábado, 22, Lula voltou a relatar um convite feito pelo então presidente dos EUA, George H. W. Bush, para que o Brasil ingressasse na guerra do Iraque, em 2003. Na ocasião, ele diz ter dito ao norte-americano que sua prioridade era a “guerra contra a fome” em território nacional. “Minha guerra outra vez é acabar com a fome no país, e paralelamente construir um jeito de fazer com que o mundo viva em paz”, afirmou.
Poder 360