Hoje, 17 de setembro, a cantora e compositora Marina Lima chega aos 70 anos de idade, consolidando-se como uma das artistas mais inovadoras e sofisticadas da música brasileira. Com mais de quatro décadas de carreira, Marina segue em constante evolução, lançando discos e fazendo turnês que mostram sua inquietação criativa e talento atemporal.
Nascida no Rio de Janeiro em 1955, Marina passou parte da infância nos Estados Unidos, onde recebeu seu primeiro violão. De volta ao Brasil, iniciou sua carreira musical oficialmente em 1977, quando Gal Costa gravou sua canção “Meu Doce Amor”. No ano seguinte, lançou seu primeiro disco, Simples como Fogo (1979), tornando-se a primeira mulher a assinar contrato com a gravadora Warner. Desde então, construiu uma carreira marcada pela ousadia, poesia e uma sonoridade que mescla pop, rock, blues, soul, música eletrônica e MPB.
Marina se destacou na cena musical dos anos 1980, trazendo frescor ao pop nacional e à MPB. Influenciada por artistas como Caetano Veloso, Lobão e Lulu Santos, a cantora se alinhou à geração pop da década, sem perder a sofisticação e sem romper com a tradição da música brasileira. Sua obra, construída ao lado do irmão Antônio Cícero (1945-2024), abordou temas como amor, sexo e tesão com liberdade e sem moralismo, tornando-se referência feminina e ícone do universo LGBTQIAPN+.
A discografia de Marina Lima é vasta e consistente: são 17 álbuns de estúdio, incluindo clássicos como Fullgás (1984), Virgem (1987), Marina Lima (1991) e O Chamado (1993). Discos mais recentes, como Clímax (2011) e Novas Famílias (2018), mostram que a artista continua antenada ao Brasil contemporâneo, sem se render à repetição de fórmulas.
Mesmo após desafios vocais enfrentados em 1996, Marina manteve-se como intérprete poderosa, usando sua voz como instrumento de expressão artística e ideológica. Conhecida por sua força de personalidade e independência, sempre preservou a integridade de sua obra, conquistando prestígio e um público fiel ao longo dos anos.
Hoje, aos 70 anos, Marina Lima segue como símbolo de modernidade, requinte e liberdade criativa na música brasileira, mantendo relevância e influência, tanto entre os fãs mais antigos quanto nas novas gerações.