Pré-candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) tem dito a aliados mais próximos que considera Marina Silva (Rede) a “vice dos sonhos” na coligação.
A intenção é atrair o eleitorado de centro e reduzir o antipetismo no interior do estado, algo semelhante ao papel de Geraldo Alckmin (PSB) na chapa com Lula (PT). Para Haddad, ter um nome identificado com a esquerda tradicional como vice não amplia o arco de alianças – pelo contrário.
Ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula, Marina está cotada para ser candidata a deputada federal por São Paulo, no intuito de puxar votos para seu partido. Ela teve papel decisivo nos debates da Rede que culminaram no apoio por unanimidade do partido à pré-candidatura de Haddad no estado. Hoje, além da Rede, o petista conta com PCdoB, PSOL e PV.
A ideia de Marina ser vice, no entanto, esbarra na necessidade da legenda de superar a cláusula de barreira para sobreviver, o que a deixa na condição de “puxador de votos”.
“Marina Silva tem capacidade para ocupar qualquer um desses cargos por sua experiência. Nosso convite para a Marina foi para ela ser deputada federal, inclusive por conta de uma definição partidária nacional de focarmos nas candidaturas à Câmara dos Deputados. É inegável que uma candidata como ela, em qualquer uma dessas posições, agregaria demais a São Paulo e ao Brasil. Vamos construir em conjunto o que for melhor para o Brasil, para a Rede e para o governo Haddad, mas, entendo que, sobretudo, essa é uma decisão dela”, afirmou a porta-voz da Rede, Mariana Lacerda.
A escolha de Haddad, porém, é uma equação complexa na coligação que apoia o petista. A federação partidária formada por PSOL e Rede reivindica uma das posições majoritárias: Senado ou vice. Se o PSB apoiar Haddad e indicar o ex-governador Márcio França ao Senado, como propõe Lula, as outras duas legendas teriam a prerrogativa de indicar o candidato a vice – França, no entanto, insiste em concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, a despeito das tentativas do ex-presidente.
O nome de Marina seria natural nesse cenário, mas no âmbito da federação, o PSOL, que é maior do que a Rede, exige um nome da sigla. Na próxima semana, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, vão se reunir com Marina.
F5 Online com informações do Estadão