Após diversos casos de lesões que provocam coceira na pele serem registrados em municípios de Pernambuco, dermatologistas do Nordeste ajudaram a entender o motivo da condição. Com o suporte da Sociedade Brasileira da especialidade (SBD), os especialistas implementaram uma série de ações que permitiram identificar as causas de mais de 200 casos de dermatites registrados nas localidades.
O trabalho realizado pelos dermatologistas Cláudia Ferraz e Vidal Haddad Junior indicou que a chave do surto de dermatites pápulo-eritêmato-pruriginosas, com aspecto urticariforme, são as mariposas do do gênero Hylesia, que se reproduzem nesta época do ano e causam epidemias de dermatites em vários pontos do País. Esses insetos entram em ambientes domésticos e ao se debaterem contra focos de luz, liberam cerdas corporais minúsculas que penetram profundamente na pele humana e causam a intensa dermatite observada.
Além da inflamação inicial, descrita na histopatologia como um infiltrado linfocitário, existe a probabilidade de formação de granulomas em fases posteriores. A dermatite permanece por dias e até semanas, devido à permanência das cerdas (“flechettes”) na pele. Essas cerdas podem ser observadas na área afetada. De acordo com o SBD, exames realizados as mostraram com clareza.
Tratamento
O tratamento é feito com foco na inflamação com corticoides tópicos e anti-histamínicos e, por vezes, dependendo da extensão das lesões, o uso de corticoides sistêmicos pode ser necessário. “Com a comprovação das cerdas no exame direto, história clínica e epidemiológica extremamente compatível e relato de mariposas no local feito pelos moradores, concluímos que o mistério está resolvido e esperamos que os tratamentos corretos sejam ministrados à população”, ressaltaram os dermatologistas Claudia Ferraz e Vidal Haddad Júnior.