Ao celebrar 440 anos nesta terça-feira, 5 de agosto, João Pessoa se destaca não apenas por sua história e beleza natural, mas também por seu compromisso com a preservação do meio ambiente. A capital paraibana abriga três importantes Unidades de Conservação Estaduais: a APA Naufrágio Queimado, o Parque Estadual das Trilhas e o Refúgio da Vida Silvestre Mata do Buraquinho — áreas protegidas por lei que representam verdadeiros tesouros ecológicos no coração urbano da cidade.
Esse esforço pela sustentabilidade tem rendido reconhecimento nacional. De acordo com o Ranking Bright Cities ISO 37120 – 2024, que avaliou 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, João Pessoa conquistou a 33ª posição entre as cidades brasileiras que mais avançaram em sustentabilidade e qualidade de vida. O estudo considerou critérios como infraestrutura, economia, meio ambiente, segurança e bem-estar da população.
“João Pessoa é uma prova de que é possível crescer com responsabilidade. A cidade vem conciliando desenvolvimento urbano com a proteção do seu patrimônio natural”, afirma a secretária de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rafaela Camaraense, destacando ainda que a Capital tem unidades de conservação que resguardam ecossistemas sensíveis e uma série de políticas públicas voltadas à sustentabilidade, o que reflete diretamente na qualidade de vida da população.
APA Naufrágio Queimado – Criada em 2018, a Área de Proteção Ambiental Naufrágio Queimado possui 42.269 hectares de área totalmente marinha, estendendo-se pelos municípios de Cabedelo e João Pessoa.
Este santuário submerso abriga 19 formações recifais distribuídas entre 3 e 61 metros de profundidade, onde prosperam 861 colônias de corais. Os destroços das embarcações Alice, Alvarenga e Queimado transformaram-se em recifes artificiais, oferecendo habitat para espécies marinhas emblemáticas como o majestoso peixe-mero (Epinephelus itajara).
Parque Estadual das Trilhas – Criado em 2017, o Parque Estadual das Trilhas, com 578,548 hectares, representa o maior remanescente de Mata Atlântica paraibana dentro do perímetro urbano da capital.
Localizado entre a praia do Aratu e a desembocadura do rio Cuiá, próximo ao Centro de Convenções, o parque vem se consolidando como destino para práticas sustentáveis e de lazer, como corridas de orientação, arvorismo e canoagem.
Refúgio da Vida Silvestre Mata do Buraquinho – Criado em 2014, o Refúgio da Vida Silvestre Mata do Buraquinho, com seus 517,8 hectares, representa um dos remanescentes mais pesquisados e bem preservados de Mata Atlântica urbana do país. Abriga o Jardim Botânico Estadual e a superintendência do IBAMA na Paraíba.
O Refúgio preserva espécies vegetais emblemáticas como sucupira, maçaranduba, cajazeira, cupiúba, dendê e pau-pombo, além de orquídeas e bromélias. A fauna também impressiona, com espécies raras como o tamanduaí (Cyclopes didactylus) encontrando refúgio neste santuário urbano.
O local se consolidou como importante centro de educação ambiental e ponto turístico, oferecendo trilhas interpretativas, observação de aves, espaços para piquenique e palestras educativas.
Economia Verde – As Unidades de Conservação de João Pessoa mostram, na prática, como é possível aliar preservação ambiental e desenvolvimento econômico responsável. O ecoturismo desenvolvido nestes espaços gera renda significativa para a comunidade local, através de passeios de catamarã, mergulhos e trilhas ecológicas — promovendo uma economia verde alinhada com os princípios da sustentabilidade.
Ações – A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) vem desenvolvendo diversos projetos para ampliar a proteção ambiental. Iniciativas como o Agente Jovem Ambiental (AJA) e o programa Voluntários em Ação — realizado em parceria com os escoteiros — promovem educação ambiental e engajamento da juventude e da comunidade.
Outro destaque é o Programa Paraíba Mais Verde, que está estruturado em cinco grandes frentes: arborização urbana, recuperação de áreas degradadas, restauração de ecossistemas e regularização ambiental de áreas rurais. Todas essas ações estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e integram o Planejamento Plurianual 2024–2027, reafirmando o compromisso do Governo do Estado com um futuro ambientalmente equilibrado.