Enquanto crianças e adolescentes aproveitam as férias, muitos pais e responsáveis quebram a cabeça no planejamento financeiro do início de ano para dar conta de tantas demandas. Uma das principais é em relação ao material escolar, que está mais caro. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento pode chegar a 30% em 2022, com reajustes elevados em todas as categorias.
Muita gente desconhece, mas em João Pessoa existe a Lei Municipal nº 8.689/1998, que estabelece os itens escolares que não podem ser cobrados aos pais na lista de material dos colégios. A legislação também regula a forma de entrega desses artigos, que pode ser feita em parcelas ao longo do ano letivo.
“A lei, que já tem 24 anos e ainda é ‘desconhecida’ por algumas instituições é bem clara e objetiva, ela regulamenta o comportamento estranho de algumas escolas junto aos consumidores, ela estabelece prazos para cumprimentos de ambas as partes e acaba com a obrigatoriedade de entrega total de material, o que em tempos de crise, faz muito sentido”, diz o professor e especialista em Direito do Consumidor, Helton Rene.
Helton explica que os pais podem e devem solicitar o plano pedagógico da instituição, para que fique comprovado em que será usado determinado material. Outro ponto importante é que as escolas não podem indicar marca de produto, local de compra e não podem vender material no seu estabelecimento (exceto os casos dos sistemas de ensino). Também é proibido condicionar a matrícula com a compra imediata do material ou aumentar a mensalidade sem devida justificativa.
“Lembrando que não se pode cobrar material de uso coletivo ou genérico, como material de expediente”, ressalta Rene, que é presidente de honra do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor na Paraíba. O material solicitado deve ser de uso exclusivo e restrito do aluno no processo pedagógico, cujo objetivo seja o aprendizado, considerando as necessidades individuais. “Se os pais forem contados de forma errada, podem negar o cumprimento e fazer uma denúncia a um órgão de defesa do consumidor”, comenta o especialista em entrevista ao F5 Online.
Em tempos de crise financeira doendo no bolso de muita gente, Helton Rene dá dicas de como economizar e poupar dinheiro durante as compras de material escolar neste início de ano:
“Os pais ou responsáveis podem comprar os materiais de forma coletiva. Juntando duas ou mais famílias, comprando em um mesmo local, a tendência de descontos é sempre maior. Outra dica é evitar de levar os filhos para as compras do material. O mercado é repleto de material que ‘seduz’ a criança e penaliza o bolso dos pais. E qualquer dúvida o consumidor pode utilizar nossas redes sociais, @heltonrene @institutodoconsumidor“, orienta.