O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos, conforme anunciado pelo Tesouro americano nesta sexta-feira (24). A medida ocorre após Petro criticar publicamente as operações militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, acusando-os de cometer ‘execuções extrajudiciais’.
Durante uma coletiva de imprensa em Bogotá, Petro expressou suas preocupações sobre os ataques realizados pelo governo americano desde 2 de setembro, que visam embarcações supostamente envolvidas no tráfico de drogas. Ele afirmou que os traficantes deveriam ser levados à Justiça, e não assassinados. “Os Estados Unidos estão cometendo execuções extrajudiciais. Há um uso desproporcional da força que é punido pelo direito internacional humanitário”, declarou o presidente colombiano.
Os ataques americanos, que já contabilizam nove operações e resultaram em 37 mortes, incluem bombardeios a barcos no Oceano Pacífico. Petro denunciou que, em uma dessas ações, um pescador colombiano foi morto. “O mar do Caribe está repleto de navios de guerra e aeronaves navais. Quando anularam a certificação antidrogas, achamos isso um insulto”, acrescentou.
A relação entre Petro e o ex-presidente Donald Trump se deteriorou desde que o colombiano começou a criticar o governo americano nas redes sociais. Em resposta, Trump acusou Petro de ser um ‘líder narcotraficante’ e um ‘meliante’. Em coletiva, Petro rechaçou as acusações, afirmando: “O senhor Trump me caluniou e insultou a Colômbia”.
Além das sanções, os Estados Unidos retiraram a Colômbia da lista de países aliados na luta contra o narcotráfico e revogaram vistos de Petro e de vários de seus funcionários. A situação gerou reações também no âmbito internacional. Um grupo de especialistas da ONU criticou os bombardeios, afirmando que violam o direito internacional e equivalem a execuções extrajudiciais. ‘Esses movimentos são uma escalada extremamente perigosa com graves implicações para a paz e a segurança na região do Caribe’, alertaram.
A Procuradoria da Venezuela, por sua vez, pediu à ONU que investigue os ataques dos EUA, reforçando a complexidade da situação na região.