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Bancos cancelam contas laranjas e de apostas irregulares
27/10/2025 / 14:17
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Imagem: Rafa Rezende / Febraban

Os bancos brasileiros estão implementando regras mais rigorosas para o bloqueio de movimentações suspeitas e o cancelamento de contas irregulares, especialmente aquelas relacionadas a apostas não autorizadas pela Secretaria de Prêmio e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda. A informação foi divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira (27).

Entre as contas que serão fechadas estão as chamadas contas laranjas, que são abertas em nome de uma pessoa, mas utilizadas por outras para ocultar a verdadeira origem do dinheiro, e as contas frias, que são abertas de forma ilícita sem o conhecimento do titular. Os bancos também terão a obrigação de reportar essas situações ao Banco Central (BC), permitindo o compartilhamento de informações entre instituições financeiras.

A iniciativa, parte da Autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), complementa as medidas já anunciadas pelo Banco Central e pelo Poder Público. O objetivo é fortalecer o compromisso do setor bancário contra o crime organizado e impedir o uso de contas para atividades ilícitas. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou que essa ação representa um “marco” na correção dos relacionamentos “tóxicos” entre os bancos e clientes que alugam ou vendem suas contas, facilitando a lavagem de dinheiro proveniente de fraudes e ataques cibernéticos.

“Os bancos não podem, de forma alguma, permitir a abertura e a manutenção de contas laranja, de contas frias e de contas de bets ilegais”, afirmou Sidney em nota oficial. Ele ressaltou que foram estabelecidos procedimentos obrigatórios para disciplinar o setor e coibir esse tipo de crime.

As novas regras incluem políticas rígidas para verificação de contas fraudulentas, recusa de transações e encerramento imediato de contas ilícitas, além de um monitoramento contínuo pela Autorregulação da Febraban. Em caso de descumprimento, as instituições financeiras poderão enfrentar punições que vão desde advertências até a exclusão do sistema de Autorregulação.

Essas ações também são um desdobramento da Operação Carbono Oculto, uma investigação da Polícia Federal que desarticulou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Além disso, as medidas surgem em resposta a recentes ataques cibernéticos que resultaram em desvios de milhões de reais do sistema financeiro. Com essas novas diretrizes, o setor bancário busca aumentar a segurança e a integridade das operações financeiras no Brasil.