Com o avanço da vacinação e a reabertura da economia, setores que envolvem contato pessoal, como comércio e serviços, ganham impulso em meio a uma combinação de fatores que estimula novos negócios.
Após a quebradeira provocada pelas restrições da pandemia, há investimentos saindo do papel das grandes redes de varejo aos pequenos prestadores de serviço que empreendem pela primeira vez. Entre janeiro e julho deste ano, meio milhão de novas empresas foram abertas, o mesmo patamar registrado em todo o ano passado.
Um dos elementos que têm antecipado projetos é a perspectiva de alta nos juros. Embora a taxa básica (Selic) não esteja mais na mínima histórica de 2%, o patamar atual de 5,25% ainda está longe do intervalo entre 7% e 8% previsto por economistas para o fim do ano.
Além disso, programas do governo como o Pronampe facilitaram o acesso ao crédito para pequenos empresários.
Outro fator é que a crise deixou disponíveis muitos imóveis comerciais em pontos atraentes, inclusive nos shoppings, e baixou o preço dos aluguéis. As franquias, que perderam muitas unidades com a recessão de 2020, estão agora com condições de adesão mais favoráveis, e a disponibilidade de mão de obra é grande.
De janeiro a julho deste ano foram abertas pouco mais de 2,4 milhões de negócios, segundo o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia. A maioria (78,8%) são pequenos negócios de microempreendedores individuais (MEIs).
Ainda assim, 515,7 mil novos CNPJs são de empresas de pequeno, médio e grande porte. Praticamente o mesmo patamar registrado em todo o ano de 2020 (538,3 mil) e 2019 (475,7mil).
Franquias
A pandemia quebrou muitos franqueados de diferentes marcas. Isso levou as franqueadoras a melhorarem as condições este ano para recuperar terreno.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF), que representa 2.500 redes, prevê que 2021 vai terminar com 8 mil novos negócios, saldo de 10 mil aberturas e 2 mil fechamentos. O faturamento das franquias também deve subir 8% neste ano.
Segundo o presidente da ABF, André Friedheim, os setores em expansão são justamente os mais prejudicados pela pandemia: varejo de vestuário, estética e educação.
Pequenos negócios
Segundo o Sebrae, três em cada dez novos pequenos negócios encerram as atividades após cinco anos. O comércio tem a maior taxa de mortalidade das empresas: 30,2% dos empreendimentos não vingam.
O primeiro passo na hora de empreender é se planejar, diz o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Além do aporte inicial, é bom ter uma reserva financeira de pelo menos seis meses de caixa para giro. Entre os erros mais comuns, ele cita misturar patrimônio particular com o da empresa e tomar crédito sem previsão de receitas.
Com informações do Blog do BG e O Globo