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Menina de 14 anos acertou assassina de Odete Roitman no concurso nacional de ‘Vale tudo’ em 1988; veja a aposta dela hoje
07/10/2025 / 08:38
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Laura Boaventura de Andrade, em 1989, acertou que Leila foi a assassina de Odete Roitman – Foto: Antonio B. Moura / Agência O Globo e Reprodução

Das três milhões de cartas que a TV Globo e o caldo Maggi da Galinha Azul receberam com apostas sobre o grande mistério da novela “Vale tudo“, em 1988, três eram da mineira Laura Boaventura Andrade, de 14 anos. Todas com o veredito: “quem matou Odete Roitman foi Leila“, a personagem de Cássia Kis. Um delas foi a sorteada no sábado, dia 7 de janeiro de 1988, antes da reprise do último capítulo da novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, deixando a menina de Belo Horizonte, de apenas 14 anos, tão famosa quanto a vilã que perdera a vida. E com a conta bancária (dos pais) mais recheada: com 5 milhões de cruzados (que valeriam, hoje, cerca de R$ 110 mil, de acordo com o IPCA, índice de inflação do IBGE).

— Estava passando férias na praia (em Ubatuba, no litoral de São Paulo) com meu pai. Estava esperando o sorteio no quarto do hotel, com fé de que ia ganhar. Mas, na hora, minha ficha não caiu, só quando apareceu a carta na TV e vi minha letrinha e meu endereço — conta Laura, espectadora da trama atual, escrita por Manuela Dias. — No dia seguinte, fomos embora para São Paulo e, quando chegamos na casa do meu pai, a TV Globo já estava na porta, esperando para gravar uma matéria que queriam no Fantástico. Mas não deu tempo, só a minha mãe apareceu.

Risonha, de franjinha, Laura apareceu numa matéria do GLOBO na edição de segunda-feira, dia 9 de janeiro de 1989, contando detalhes de sua aposta, que ela repete agora, mais de 35 anos depois.

— Eu morava com meus avós e assistia à novela com eles. Lembro que, no enterro da Odete, passava uns close da Leila e, por isso, suspeitamos dela.

Garota que acertou o mistério de "Vale Tudo" em 1988 conta o que fez com o prêmio e como está hoje
Laura Boaventura de Andrade, em 1989, e hoje – Foto: Antonio B. Moura / Agência O Globo e acervo pessoal

Na época, apenas 6,3% das três milhões de cartas do concurso votaram em Leila. O mais cotado foi o mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti), com 24%. Depois, apareceu o nome de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) com 23%. Laura teve, então, mais chances de ganhar uma grana que, principalmente, deu ajudar a mãe. Mas sua perspicácia detetivesca não livrou a família de sofrer as consequências do confisco da poupança do Plano Collor, no ano seguinte.

—(Na época da novela) Minha mãe estava de mudança, com mensalidade da escola atrasada e passando por um aperto financeiro. Eu queria ganhar o concurso para ajudá-la. Fez muita diferença para a gente, usamos para pagar umas dívidas. Foi bem gasto. Mas depois veio o Collor e prendeu o dinheiro e levou uma parte.

Mais de três décadas depois, Laura segue de olho na novela que mudou tudo naquele 1989, mas agora ao lado da filha, Alice, de 9 anos. O sonho de ser pediatra ou dentista, que ela mencionava na matéria do GLOBO daquele janeiro, acabou não se concretizando. Até a pandemia, trabalhava como gestora em projetos de sustentabilidade. Hoje, a mineira faz bolos artesanais (o que já rendeu comparações com o talento de Raquel), disponíveis no Instagram @bolos_da_laurinha. O faro de investigadora segue aguçado, como o da menina de 14 anos.

Eu estava apostando no Freitas (Luis LoBianco). Achava que ia ser alguém totalmente improvável, para surpreender. Mas ele não está nesta lista de suspeitos, que, aliás, está muito manjada.

Com informações do jornal O Globo