Retornou à Paraíba neste sábado (5/10) o mentor da ‘Barbárie de Queimadas’, Eduardo dos Santos Pereira. Ele volta a cumprir pena na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecida como PB1, em João Pessoa. É a mesma unidade de onde fugiu em novembro de 2020.
O criminoso passou três anos foragido, até ser recapturado em março deste ano, no município de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. Eduardo estava no Presídio Inspetor José Antônio da Costa Barros, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em setembro desse ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou que Eduardo dos Santos Pereira voltasse à Paraíba para continuar cumprindo sua pena.
A decisão, assinada pela desembargadora Suely Lopes Magalhães em 19 de setembro, atendeu a um pedido da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (SEAP-PB), que solicitou o retorno do detento ao estado. A desembargadora ordenou o recambiamento do preso.
Durante o processo, a defesa de Eduardo argumentou que ele deveria cumprir sua pena no Rio de Janeiro, onde nasceu e tem familiares. Contudo, a Secretaria de Gestão Penitenciária da Paraíba (Gesipe) informou que não há processos pendentes contra ele no Rio de Janeiro, e o interesse do sistema prisional é que Eduardo seja mantido na Paraíba. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) também se manifestou contra o pedido da defesa, reiterando que o condenado deveria cumprir sua pena no estado paraibano.
Os estupros foram planejados por Eduardo dos Santos Pereira. Segundo informações contidas no processo, o estupro coletivo seria um “presente” para o irmão dele, Luciano dos Santos Pereira, que estava fazendo aniversário.
Os dez homens combinaram que, durante a festa de aniversário, três deles apagariam o sistema de energia e invadiriam a casa com máscaras de carnaval se passando por assaltantes para poder render as vítimas e, depois que elas fossem amarradas e vendadas, todos iriam estuprá-las.
No momento dos abusos, Michele Domingues e Izabella Pajuçara reconhecerem Eduardo como um dos agressores. Depois disso, os acusados colocaram as mulheres em uma pick-up e as levaram para a zona rural. Michelle chegou a se jogar do carro para tentar fugir e foi executada ao lado da igreja católica da cidade. Já Izabella foi morta em uma estrada vicinal.
O crime foi elucidado porque uma terceira vítima também teria reconhecido os agressores, mas ficou calada até a chegada da polícia. Eduardo dos Santos, considerado o mentor dos crimes, foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão, em 2012.
Segundo o juiz Antônio Maroja Limeira Filho, Eduardo foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.