O Índice de Confiança do Comércio (Icom), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 1,2 ponto em maio, alcançando 88,7 pontos. Este é o segundo aumento consecutivo do indicador, que já havia subido 4,4 pontos em abril. O avanço é atribuído à resiliência da economia brasileira, à desaceleração da inflação e à melhora gradual do mercado de trabalho.
De acordo com o economista da FGV, Rodolpho Tobler, o cenário atual mostra uma economia mais forte do que o esperado. “Mesmo com juros ainda elevados, a economia mostrou mais força e resiliência em maio, com elevação da renda disponível das famílias e maior poder de compra”, avaliou.
O Icom é composto por dois subíndices: o de Expectativas (IE), que subiu 3 pontos em maio, atingindo 84,5 pontos, e o de Situação Atual (ISA), que avançou 5,2 pontos, chegando a 93,4 pontos — indicando maior confiança dos comerciantes com relação ao presente momento do setor.
Para o presidente da FCDL Paraíba, José Lopes da Silva Neto, apesar dos números positivos, é importante fazer uma leitura mais cautelosa da realidade. “Quando se fala em confiança do comerciante ligada ao otimismo do consumidor, há certo exagero. O que temos percebido, na prática, é que o consumidor está mais cauteloso — e até assustado — com a alta nos preços, especialmente dos produtos mais básicos, como café, ovos e carne. A elevação da inadimplência, segundo dados do SPC Brasil, é um reflexo claro das dificuldades que os brasileiros ainda enfrentam”, destacou.
A expectativa da FGV é de que, mesmo em um ambiente macroeconômico ainda restritivo, os resultados favoráveis possam se manter. Contudo, o indicador ainda permanece abaixo da zona considerada ideal (entre 100 e 120 pontos), o que sugere que há espaço para mais avanços nos próximos meses, caso a trajetória positiva se confirme.