Julgamento de Bolsonaro repercute na imprensa internacional
02/09/2025 / 15:28
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Ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Ton Molina/STF
O início do julgamento do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (2), por tentativa de golpe de Estado, está repercutindo na imprensa global. Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, é julgado ao lado de outros sete réus, identificados como os principais membros da suposta organização que tentou realizar o golpe. A decisão judicial é esperada até 12 de setembro.
A cobertura internacional tem feito um retrospecto da situação de Bolsonaro, lembrando a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo. As ações do ministro Alexandre de Moraes e do próprio STF também foram questionadas.
O jornal americano The New York Times detalhou como Bolsonaro orquestrou em nove semanas, entre a derrota nas eleições e o dia 8 de janeiro, um “plano sinistro” de golpe de Estado. O jornal indica que “há um vasto conjunto de provas” contra o ex-presidente.
O britânico The Guardian entrevistou o trompetista que ganhou destaque ao tocar uma “marcha fúnebre” e o hino antifascista “Bella Ciao” após Bolsonaro se tornar réu por golpe de Estado. O trompetista Fabiano Leitão, afirmou estar “fazendo o velório político” de Bolsonaro e que estará na frente do STF para receber o ex-presidente em sua chegada ao julgamento.
O Washington Post, dos EUA, afirmou que, com o julgamento, o Brasil enfrenta Trump e seu passado autoritário.
A revista The Economist chamou Bolsonaro de “Trump dos trópicos“.
A BBC, do Reino Unido, relatou que o julgamento de Bolsonaro entrou na fase final e que um colegiado de cinco ministros da 1ª turma do STF decidirá o futuro do ex-presidente. Além de destacar que “a causa do ex-presidente foi abraçada” por Trump.
O Washington Post ressaltou que o julgamento “marca uma reviravolta significativa” no Brasil, um país que “tradicionalmente escolhe a conciliação em vez da acusação quando se trata de supostos crimes contra o Estado democrático”.
O New York Times delineou o plano de ação de Bolsonaro: primeiro, desacreditar o resultado eleitoral, chamando-o de fraude, depois, planejar o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, e finalmente ir aos Estados Unidos enquanto seus apoiadores invadiam os prédios dos três poderes. Antes, o jornal já havia destacado que o Brasil está fazendo algo que os EUA não conseguiram: levar um ex-presidente a julgamento por tentar se manter no poder após perder uma eleição.