O presidente da Argentina, Javier Milei, foi retirado às pressas de uma carreata nesta quarta-feira (27/8), após a comitiva presidencial ser alvo de pedras e garrafas em Lomas de Zamora, na região metropolitana de Buenos Aires. Segundo o governo argentino, ninguém ficou ferido.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram Milei acenando para apoiadores na caçamba de uma picape quando teve início um tumulto. O deputado José Luis Espert, aliado do presidente e candidato às eleições legislativas de outubro, também estava no local e deixou a região de moto, sem capacete.
O jornal Clarín informou que o ato de campanha do partido A Liberdade Avança precisou ser interrompido por questões de segurança. Já o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, acusou militantes kirchneristas de promoverem o ataque.
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O episódio acontece em meio a um momento delicado para o governo. A irmã do presidente e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, é citada em uma investigação sobre suposto esquema de propinas na Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS). Áudios atribuídos ao ex-dirigente do órgão, Diego Spagnuolo, sugerem o pagamento de subornos que envolveriam membros do alto escalão do governo.
A Justiça argentina apreendeu carros, celulares, uma máquina de contagem de dinheiro e cerca de US$ 266 mil (R$ 1,5 milhão) em espécie durante operações de busca. Apesar das denúncias, não há acusações formais até o momento.
Além da pressão causada pelo escândalo, Milei enfrenta derrotas no Congresso e um racha com a vice-presidente Victoria Villarruel, o que tem afetado sua base de apoio. Nas últimas semanas, pesquisas apontaram queda de popularidade de oito pontos percentuais, embora seu partido siga liderando as intenções de voto para as eleições legislativas.