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Mini turbina eólica residencial pode revolucionar geração de energia renovável no Nordeste
10/10/2021 / 13:40
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Com o aumento nos preços de energia elétrica no país e a consciência cada vez mais forte que o desenvolvimento social precisa estar atrelado à sustentabilidade, as fontes de energias alternativas e renováveis ganham atenção e a tendência é de expansão nesse segmento.

Apesar de ter um mercado ainda engatinhando no Brasil, o uso de mini turbinas eólicas (aerogeradores) já é realidade em alguns estados nordestinos e famílias começam a se beneficiar desse sistema implantado em suas próprias residências – um funcionamento semelhante ao de grandes parques eólicos, no entanto, com tamanho reduzido.

De acordo com o engenheiro mecânico Luiz César Sampaio, a principal diferença entre as mini turbinas residenciais e os aerogeradores de grande porte está na adaptação ao perímetro urbano.

“Funcionam da mesma maneira e tem os mesmos componentes. Tem um sistema de pás que absorve a energia dos ventos, transforma em movimento e aciona um gerador que disponibiliza energia de diferentes maneiras para a unidade”, explica.

Para que o sistema funcione, comenta Sampaio, é necessário que seja usada alguma tecnologia capaz de transformar a energia captada de modo a ser utilizada como a elétrica.

“Uma dessas formas é pegar a energia e passar para um dispositivo chamado inversor, que vai transformar essa energia. Isso vale tanto para os pequenos sistemas quanto para os grandes. Com essa tecnologia é possível injetar na rede da sua casa e mesmo exportar para a rua”.

Há também um sistema mais tradicional, conhecido como off grid. Neste, são usados acumuladores, ou seja, baterias que armazenam a energia na hora em que o vento está mais forte. A energia é “guardada” na bateria e ela, por meio de um outro tipo de inversor, faz a transformação para ser utilizada.

Outra opção é usar apenas a turbina e, com dispositivos eletrônicos, alimentar direto postos de iluminação e redes. “Você pega a energia direto da turbina e distribui para determinados usos, porém, a condição é que tenha um vento bem constante, além disso, a aplicação é mais simples”.

Dependendo do sistema escolhido e das condições ambientais de cada localidade, uma única mini usina pode fornecer energia para mais de uma unidade residencial.

Indicações e custo de aplicação

De acordo com o engenheiro mecânico Luiz César Sampaio, as turbinas eólicas são mais úteis nas aplicações off grid. Ele explica que é preciso uma boa circulação de ventos para que o sistema seja acionado. Por isso, em algumas situações, a recomendação é complementar o sistema eólico com o solar.

“O sistema solar sofre muito com a drenagem à noite, quando não tem sol. A eólica, por sua vez, aumenta o tempo de autonomia da energia. Em locais que o vento é muito bom, você pode usar a geração eólica sozinha, já em locais que tem muita nebulosidade, ambas se complementam”, diz Sampaio.

Em relação aos custos para instalação de uma mini turbina eólica em casa, os preços podem variar dependendo da potência desejada, que podem ser de 500 W até 6 mil W, entre R$ 2,7 mil até R$ 50 mil.

Segundo o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raphael Amaral, apesar de abrir novas e promissoras possibilidades, o sistema eólico também apresenta algumas inconveniências. “Tem o ruído e o fato de ter uma manutenção mais frequente por conta das partes móveis. É uma opção mais vantajosa para quem tem terrenos grandes”, argumenta.

No Ceará, existem 27 mini usinas distribuídas em oito municípios diferentes, que abastecem 90 unidades residenciais. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fornecidos pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico no Ceará (Sindienergia-CE), de 2008 a 2021.

Aprenda como instalar uma mini turbina eólica em casa:

Da Redação com portal Click Petróleo e Gás