Medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina não tem eficácia no combate à covid-19 e não devem ser utilizados em pacientes hospitalizados por causa da doença. A orientação, já apontada por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi reforçada em um parecer enviado pelo Ministério da Saúde à CPI da Covid no Senado.
O documento é uma nota técnica da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema de Saúde (Conitec) e foi enviado como resposta a um requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), um dos titulares da comissão parlamentar de inquérito.
De acordo com a Conitec, os medicamentos foram testados e não mostraram benefícios para os pacientes hospitalizados. A pasta reforça ainda que o uso da ivermectina não possui evidência científica.
“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, destaca a nota técnica.
“Não há, no âmbito da Conitec, demanda para análise de incorporação da cloroquina ou hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19”, diz o texto.
As diretrizes foram aprovadas por unanimidade pelos membros da Conitec e “devem ser seguidas nos serviços de saúde, públicos ou privados, que prestam atendimento a pacientes diagnosticados com Covid-19”.
Conitec é a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias, órgão de assessoramento do SUS.
As orientações vão em sentido contrário às manifestações do presidente Bolsonaro, que é um entusiasta do chamado “kit Covid” e dos remédios utilizados no “tratamento precoce”.
A CPI investiga se empresas produtoras dessas substâncias foram favorecidas financeiramente pelo governo federal. Também é investigado se empresas de comunicação e funcionários públicos alinhados ao presidente usaram suas plataformas para divulgar o “tratamento” utilizando recurso público.