O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o estado de São Paulo já contabiliza em setembro seis casos de intoxicação por metanol, incluindo três mortes. Isso representa metade da média anual de 20 casos que o Brasil costuma ter. “Estamos diante de uma situação anormal”, afirmou Padilha, destacando que a maioria dos casos de intoxicação normalmente envolve pessoas em situação de vulnerabilidade, como moradores de rua.
Além dos casos confirmados, há dez investigações em andamento. O ministério planeja publicar uma nota técnica para ajudar profissionais de saúde a identificar sintomas e agir rapidamente. A notificação de casos suspeitos poderá ser feita sem a confirmação do diagnóstico.
A Polícia Federal (PF) também entrou em ação. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que uma investigação foi aberta para apurar a origem do metanol usado em bebidas adulteradas. Ele alertou que a rede de distribuição pode se estender para outros estados. O metanol, uma substância altamente tóxica, é frequentemente usado de forma ilegal para adulterar bebidas alcoólicas.
Os casos de intoxicação têm sido associados a falsificadores que utilizam metanol para batizar bebidas como gin e vodca. As vítimas podem demorar horas para apresentar sintomas, que incluem cólicas intensas e perda de visão. A PF investiga a possibilidade de envolvimento do crime organizado na adulteração.
Até o momento, foram confirmadas três mortes: um homem de 58 anos, um de 54 e outro de 45 anos. Um quarto óbito está sob investigação. As autoridades estão focadas em identificar a origem do metanol e os responsáveis pela adulteração.
A Secretaria de Defesa do Consumidor emitiu uma nota técnica recomendando que estabelecimentos comerciais fiquem atentos a bebidas com rótulos ou embalagens suspeitas. A fiscalização já começou, e locais onde foram encontradas bebidas contaminadas receberão notificações para identificar fornecedores e manipuladores.
O metanol é uma substância extremamente perigosa, podendo causar náuseas, tonturas, cegueira e até a morte. As autoridades orientam que a população busque atendimento médico imediato em casos de suspeita de intoxicação. Para garantir a segurança, recomenda-se adquirir apenas bebidas de fabricantes legalizados e com rótulos adequados.