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Celso Sabino antecipa retorno a Brasília em crise no União Brasil
06/10/2025 / 17:17
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Celso Sabino e o presidente Lula – Foto: Ricardo Stuckert/PR

O ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu antecipar seu retorno a Brasília e cancelar sua participação em um evento programado para Belém nesta segunda-feira (6). A mudança ocorre em um momento delicado, com a direção nacional do União Brasil instaurando um processo disciplinar que pode resultar em sua expulsão da sigla. Sabino, que deveria desembarcar na capital federal apenas no fim da tarde, já está em despachos internos em seu gabinete desde a manhã de hoje.

O ministro tem até esta segunda-feira para apresentar sua defesa no processo, conforme informou o relator do caso, deputado Fabio Schiochet (União-SC). O procedimento foi aberto no dia 30 de setembro, com alegações de que Sabino desrespeitou orientações partidárias, incluindo um ultimato para a entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cúpula do partido deve se reunir na manhã de quarta-feira (8) para discutir o caso.

Fontes próximas a Sabino indicam que sua volta antecipada a Brasília está relacionada a tentativas de garantir sua permanência no cargo. Há expectativa de que ele se reúna novamente com o presidente Lula nesta semana para comunicar sua decisão de recuar do pedido de demissão que apresentou no final de setembro. Durante compromissos na semana passada, o ministro expressou apoio a Lula, afirmando que “nada” o afastaria do petista.

A situação de Sabino gera divisões dentro do União Brasil, onde alguns membros interpretam suas ações como uma resistência à ordem do partido. A sigla determinou que seus filiados deixassem cargos na gestão Lula até 19 de setembro, com a advertência de que o descumprimento seria considerado infidelidade partidária. Aliados de Sabino afirmam que ele conta com o apoio de uma parte significativa da bancada do União na Câmara para permanecer no governo.

O processo de expulsão foi motivado por uma denúncia apresentada à direção do partido, que alegou que Sabino não respeitou o prazo estabelecido. Em 26 de setembro, ele anunciou que havia pedido demissão, mas não deixou o ministério. O relator Schiochet espera que a cúpula do partido discuta a expulsão definitiva do ministro, não apenas uma medida cautelar.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos críticos da postura de Sabino, defendeu a expulsão e indicou que o partido pode também analisar a dissolução do escritório estadual do União Brasil no Pará, atualmente sob a liderança do ministro. Ele ressaltou que “candidato sem partido é difícil”, referindo-se às aspirações de Sabino para uma candidatura ao Senado em 2026.

Após a apresentação da defesa, Schiochet deve elaborar um parecer sobre a expulsão ou absolvição de Sabino. Se o relatório recomendar a expulsão, a decisão final caberá à direção nacional do União Brasil, que precisará do apoio de três quintos de seus membros.

Celso Sabino, que foi eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022 e se afastou do mandato para assumir o ministério, já enfrentou uma situação similar em 2020, quando estava no PSDB. Na ocasião, conseguiu se desfiliar com autorização judicial. Vale destacar que, segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma eventual expulsão não resultará na perda do mandato de deputado federal, permitindo que Sabino se filie a outra sigla caso seja expulso.

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