Na semana passada a prefeitura de Campina Grande quebrou uma lógica histórica de reajustes anuais nas passagens de ônibus. O município encontrou um novo formato para subsidiar o setor. O modelo de subsídio, iniciado em 2020 pelo ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD), passou a ter um maior impacto no preço geral da tarifa.
Em vez de um bônus que possibilitava uma passagem gratuita, utilizado por 5% da população, o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) decidiu diluir os recursos investidos mensalmente (R$ 300 mil) no setor para a totalidade dos usuários.
O setor, que luta contra a diminuição de passageiros, corria um sério risco de aumentar a tarifa e ter um distanciamento ainda maior dos usuários.
Em João Pessoa, por exemplo, a realidade não é diferente. As empresas apontam uma queda de 43% no número de usuários, após a pandemia. Hoje trabalhadores do sistema promoveram um protesto, paralisando as atividades e reivindicando melhorias salariais.
Na Capital o setor já conta com um desconto de 50% no Imposto Sobre Serviço (ISS), mas não há subsídio.
O valor da tarifa é calculado considerando os custos de operação e o montante pago por quem usa o sistema. Um formato que já se mostrou insustentável em capitais como Fortaleza, Recife e Teresina. Por lá, o subsídio também já é uma realidade.
O modelo campinense barateou a tarifa. Evitou o que seria (reajuste) ruim para usuários e para o próprio sistema. Em tempos de crise, o formato bem que poderia ser levado para João Pessoa e demais cidades da Paraíba. Na gestão pública, afinal, as boas ações precisam ser ‘copiadas’.