Em recente encontro entre Anfavea e governo federal, os fabricantes de veículos pediram à Brasília mais urgência em questões que ajudem o setor automotivo no país.
Ainda assim, o governo pediu paciência às montadoras, especialmente em relação ao IPI reduzido.
Para os fabricantes, a situação do setor está complicada com a elevação da inflação, taxa de juros alta e corrosão do poder de compra do consumidor com salários estagnados, enquanto os preços sobem mensalmente, como um todo.
Com a crise global gerada pela pandemia e agora pelos semicondutores, as montadoras pleiteiam mais apoio do governo federal, porém, Brasília pede tempo, ainda mais no caso tributário.
Tendo ampliado a redução do IPI para 35%, o governo apenas privilegiou as vendas de picapes e comerciais leves, que ganharam novas reduções de preços.
Para o governo, não há como reduzir mais o IPI por conta do impacto negativo da renúncia fiscal nos cofres da União.
Além disso, na visão de parte do governo, o setor automotivo é amplamente beneficiado em termos fiscais e não precisa de mais ajuda.
Na conversa entre Anfavea e Governo Federal, a questão do imposto de importação reduzido para novas tecnologias, foi defendida pelos fabricantes.
Ainda que muitos em Brasília digam que o setor automotivo nacional já goza de uma proteção contra importações com taxa de 35%, as próprias montadoras defendem redução de tarifas para tecnologias mais recentes.
Para os fabricantes, reduzir ou zerar o imposto de importação, ajudará a fomentar a tecnologia entre os consumidores, notadamente de carros elétricos, mas o governo quer que os fabricantes localizem mais os novos sistemas.
O governo defende a redução das importações de peças e componentes mais importantes localizados aqui, tornando o mercado menos afetado pelo desempenho ou crise em outras regiões.
Ele cita inclusive um movimento de fabricantes para desviar produção da China para outras regiões, contudo, isso está sendo verificado apenas no Sudeste Asiático e Índia.
O desvio de produção para países considerados mais seguros que a China, dada à última guerra comercial entre os dois países, pode favorecer o Brasil na opinião do governo.
No entanto, sabe-se que a situação econômica do país não favorece a localização, dada a logística prejudicada com a crise, assim como um parque voltado para carros a combustão.
Mudar para o modelo global obrigará investimentos bilionários no setor automotivo, mas como disse uma fonte da Anfavea, as montadoras já não têm mais a paciência que o governo deseja.
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