Moradores do condomínio residencial Jardim da Costa, no Quadramares, em João Pessoa, estão considerando abrir uma ação civil pública contra a construtora MRV por encontrarem uma estrutura bem diferente do que havia sido firmado em contrato. A empresa tem sido inclusive chamada de “construtora gambiarra”, após a constatação de uma série de transtornos nos apartamentos e no condomínio em geral.
O caso foi levantado nesta quinta-feira (12), durante o programa F5, da 89 Rádio Pop, ocasião em que foram denunciados problemas como portas quebradas, chão desnivelado, ausência de sistema de intercomunicação com a portaria (interfone), falta de acessibilidade, entre outros.
Avaliados em torno de R$ 150 mil, os apartamentos do residencial Jardim da Costa tem uma estimativa de financiamento de 30 anos e estão na sua terceira etapa de entregas. O condomínio conta com mais de 20 blocos, que terão cerca de 600 apartamentos quando finalizado.
Segundo moradores, o contrato explicita que a construtora instalaria um sistema de intercomunicação entre portaria e unidade, o interfone. No entanto, o que existe é apenas o local onde o interfone deveria ser instalado, mas sem a fiação necessária e a tubulação seca.
A comunicação tem acontecido através de um celular, usado pelo porteiro para se comunicar com os moradores por WhatsApp, limitando a privacidade e desconsiderando as pessoas que, porventura, não tenham internet.
Outro ponto levantado diz respeito à acessibilidade, ou a falta dela.
O bloco destinado às pessoas com deficiência não tem barras de apoio nos banheiros, estrutura usada para evitar acidentes. Além disso, este é o único bloco do empreendimento a contar com rampa de acessibilidade, dificultando o acesso e mobilidade de visitantes com necessidades especiais em todo o residencial.
Ainda de acordo com uma moradora do espaço, que relatou as fragilidades da construção durante o programa F5, alguns apartamentos foram entregues sem vaga na garagem, diferente do acordado nos contratos. A construtora teria entregue um bloco, sendo que a garagem estava no terreno de outro, que ainda está em fase de conclusão.
A área de lazer também está comprometida, já que a piscina do local não foi instalada com vazão de despejo de água. Devido a isso, para que os moradores possam tomar banho com o local limpo, é preciso tirar a água de forma braçal.