O quadro das intenções de voto para a presidência nas eleições de 2022 continua favorável ao ex-presidente Lula (PT), segundo nova pesquisa da Genial/Quaest, empresa de inteligência de dados que faz análise de redes sociais e pesquisas de opinião pública.
O petista lidera em todos os cenários, vencendo em primeiro e segundo turnos. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece em segundo lugar, mas é derrotado em qualquer situação de segundo turno. Porém, após quedas sucessivas de popularidade, Bolsonaro recuperou pontos na disputa presidencial. O ex-juiz da Lava-Jato e ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos) se consolida na terceira colocação, se descolando de Ciro Gomes (PDT).
A pesquisa estimulada apresentou quatro cenários eleitorais. Em todos eles Lula vence em primeiro turno por ter mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os nulos). Seu desempenho é melhor sem a presença do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na disputa, embora a variação do petista seja pequena: vai de 46% da intenções, em seu pior cenário, até 48%, no melhor. Bolsonaro também teve melhor desempenho quando seu ex-ministro da Justiça não foi levado em conta.
No cenário com sete pré-candidatos, Lula teria 46% dos votos; Bolsonaro, 23%; Sergio Moro viria em terceiro, com 10%; Ciro Gomes, na quarta posição, com 5%; João Doria (PSDB), com 2%; e Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Ávila empatados com 1%. O número de brancos e nulos é de 7% e o de indecisos, 5%.
Moro, que no levantamento anterior da Quaest, referente ao mês de outubro, aparecia tecnicamente empatado com Ciro Gomes, deixou o pedetista para trás e se firmou como a terceira força para 2022. A diferença entre os candidatos que disputam a terceira via saiu de um a dois pontos percentuais para 5 pontos na atual pesquisa.
Em um cenário sem a presença de Doria, Pacheco e D’Ávila, Lula segue na liderança com 47% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 24%. Sergio Moro aparece com 11%, enquanto Ciro vem em seguida, com 7%.
Em um terceiro cenário, sem Doria, Moro e D’Ávila, Lula tem seu melhor desempenho, com 48% dos votos. Bolsonaro também cresce, chegando aos 27%. Ciro aparece com 8%, e Pacheco, com 2%, completam a lista.
Já no último quadro sem Moro, Pacheco e D’Ávila, Lula tem 47% das intenções de votos, seguido por Bolsonaro, com 27%; Ciro Gomes, com 7%; e João Doria, com 5%.
Nas simulações de segundo turno, Lula também vence em todos os cenários: 55% dos votos contra 31% de Bolsonaro; 53% contra 29% de Sergio Moro; 54% contra 21% de Ciro Gomes; 57% contra 14% de João Doria; e 58% contra 13% de Rodrigo Pacheco.
Mesmo sem a presença do petista, Bolsonaro também seria derrotado nos cenários levantados pela pesquisa. Ele aparece com 31% das intenções de voto contra 34% de Sergio Moro, e com 34%, contra 39% de Ciro Gomes.
13% não conhecem Moro
Consolidado em terceiro lugar nas intenções de voto para o primeiro turno em 2022, o ex-juiz Sergio Moro não é reconhecido por 13% dos entrevistados. A maioria, 61%, o conhece, mas não votaria nele para a Presidência. Segundo a pesquisa, 19% conhecem e poderiam votar no ex-juiz, enquanto 6% o conhecem e votariam nele.
Felipe Nunes destaca que o ex-ministro consolidou seu nome em terceiro lugar, embora seus índices estejam bem atrás de Lula e Bolsonaro. Segundo os dados, ele toma espaço principalmente de Bolsonaro, de Ciro Gomes e dos chamados eleitores nem-nem.
O ex-ministro Ciro Gomes não é conhecido por 18% e 55% o conhecem, mas não votariam nele, enquanto 22% conhecem e poderiam votar. Convictos, estão 4%, que conhecem o pedetista e votariam nele.
Outro candidato da chamada “terceira via”, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não é reconhecido por 24% dos eleitores e 59% o conhecem, mas não votariam nele.
Somente 2% não conhecem o presidente Bolsonaro, mas 64% dos que o conhecem, não votariam nele. Já com o ex-presidente Lula, o número é ainda menor: 1% dos eleitores não o conhecem. Dentre os que o conhecem, 43% não votariam nele, 19% poderiam votar e 36%, votariam no petista.
Rodrigo Pacheco e Felipe D’Ávila são os mais desconhecidos pelos eleitores. O presidente do Senado não foi reconhecido por 57% dos entrevistados, enquanto D’Ávila não alcançou 74%.
O levantamento foi feito presencialmente entre os dias 2 e 5 de dezembro, com 2.037 entrevistas em 120 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro, de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O estudo que vem monitorando a avaliação do governo desde julho foi feito pela Quaest.
Informações: O GLOBO